Família de Bolsonaro é feita refém durante assalto em Resende
“Não foi um simples assalto”, afirmou o senador, explicando que sua mãe foi abordada assim que chegou à casa dos pais.
25/08/2025 08:39 por Bruno Vargas

@FlavioBolsonaro/Reprodução/ND
Na manhã deste domingo, criminosos armados invadiram a residência dos pais de Rogéria Nantes Bolsonaro, ex-esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Resende, no Sul Fluminense. Além do casal de idosos, Rogéria também foi feita refém durante o assalto. A Polícia Civil investiga o caso como roubo com restrição de liberdade, e analisa imagens de câmeras de segurança para tentar identificar os autores.
Em postagem nas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) relatou que seus avós maternos, ambos com mais de 80 anos, e sua mãe foram mantidos sob ameaça por mais de uma hora. Segundo ele, os assaltantes levaram joias e um carro da família.
“Não foi um simples assalto”, afirmou o senador, explicando que sua mãe foi abordada assim que chegou à casa dos pais. O grupo teria a reconhecido e feito ameaças, exigindo saber onde estaria “o dinheiro que o Bolsonaro mandaria” para os idosos.
Ainda de acordo com Flávio, a casa foi totalmente revirada. Sem encontrar dinheiro, os criminosos levaram alguns anéis e fugiram com o carro do avô. Ele afirmou que, apesar do susto e da violência, todos passam bem.
“Foi mais de uma hora de terror, com arma na cabeça e boca tampada com fita adesiva”, completou.
“Eles já vieram com informação”
Rogéria Bolsonaro, mãe também de Carlos Bolsonaro (vereador) e Eduardo Bolsonaro (deputado federal), gravou um vídeo em que relata o ocorrido. As imagens mostram a casa revirada, com portas de armários abertas e objetos espalhados pelo chão.
Segundo ela, os assaltantes chegaram usando luvas, mas as retiraram para aplicar fita adesiva nas vítimas. Durante o crime, disseram ser da comunidade da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e afirmaram ter sido informados de que havia dinheiro na casa.
“Disseram que os amigos do Bolsonaro contaram que ele mandava dinheiro para cá”, relatou Rogéria. “Parece que já vieram mandados.”
A equipe de reportagem tentou contato com a família, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Investigação em andamento
O delegado Michel André Murillo Floroschk, titular da 89ª DP (Resende), informou que as investigações começaram ainda na manhã de domingo.
“É um caso de roubo com privação de liberdade”, disse ele.
A Polícia Civil informou que já foi realizada perícia na residência e que diligências seguem para identificar os responsáveis pelo crime. Já a Polícia Militar informou que agentes do 37º BPM (Resende) foram acionados para atender a ocorrência no bairro Vila Julieta. As vítimas não sofreram ferimentos.
Durante buscas na região, o veículo da família, levado pelos assaltantes, foi localizado e recuperado. No entanto, não foram divulgados detalhes sobre o modelo do carro nem o local onde foi encontrado.
O deputado Eduardo Bolsonaro também se manifestou, dos Estados Unidos, com a seguinte declaração:
“Sequestraram meus avós e minha mãe gritando: ‘sabemos que o Bolsonaro faz PIX para vocês. Cadê a grana?’”
Perguntas ainda sem resposta
As autoridades seguem investigando pontos cruciais do caso:
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A origem dos criminosos
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O paradeiro dos envolvidos
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Quem forneceu as informações sobre o suposto dinheiro na casa
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Como os criminosos conseguiram entrar na residência
Violência em alta no Sul Fluminense
O assalto ocorre em meio a um cenário de crescente violência no Sul Fluminense, região turística que inclui municípios como Itatiaia e Valença. Nos últimos meses, o avanço de facções criminosas tem provocado aumento dos índices de criminalidade.
Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) revelam que os homicídios cresceram em várias cidades do interior, impulsionados por disputas entre o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP). Em cidades próximas a Resende — como Barra Mansa, Porto Real e Itatiaia — moradores relatam que muros e placas com pichações de facções passaram a impor regras à população.
No último dia 14, a Polícia Civil prendeu, em Resende, pelo menos 20 integrantes ligados ao TCP, suspeitos de fornecer drogas e armas a outros núcleos criminosos. Mesmo com o líder do grupo preso, a atuação da quadrilha seguia ativa. De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a disputa por rotas estratégicas do tráfico que cruzam o Sul Fluminense tem intensificado a violência na região.
o Globo
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