Terceira onda de calor? Quando temperatura volta a subir no RS
Apesar de a elevação dos termômetros ocorrer em todo o Estado, as regiões da Fronteira Oeste e da Campanha são as que terão maior aquecimento
20/02/2025 16:15 por redação
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Incidência solar e entrada de massa de ar quente provocam o retorno do calorão. Jonathan Heckler / Agencia RBS
Os gaúchos devem encarar mais um período de temperatura escaldante a partir desta sexta-feira (21). Os termômetros voltam a subir de forma expressiva, com tendência de elevação nos próximos dias.
Vitor Takao, meteorologista da Climatempo, aponta que a expectativa é que a ocorra um subida, pelo menos, até a próxima terça-feira (25). Apesar do aumento ser esperado em todo o Estado, as regiões da Fronteira Oeste e da Campanha são as que terão um maior impacto. Influências devem ser observadas na área central e na Grande Porto Alegre.
— Até meados da próxima semana, as temperaturas disparam. As projeções dos modelos numéricos, até o momento, indicam que as temperaturas podem ficar na ordem dos 40ºC. Podem ficar um pouco baixo, atingir ou até ultrapassar — diz o especialista.
De acordo com Gustavo Rasera, meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o pico deve ser observado entre a segunda (24) e a terça-feira. A sensação deve chegar aos 40°C em cidades como Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, Uruguaiana e São Luiz Gonzaga.
O que está motivando esse cenário é a entrada de uma massa de ar quente vinda do norte da Argentina e do Paraguai, que inibe a formação de nebulosidade. De acordo com o meteorologista da UFPel, as áreas perto da fronteira acabam sendo as mais afetadas por conta da proximidade com esse núcleo mais quente e seco.
— Com maior insolação e menos nebulosidade, vai aquecendo essa massa. Essa circulação bloqueia avanços (dessa massa) na direção norte e sul e favorece a condição de tempo bom e de estabilidade por dias. Isso vai gradualmente esquentando e secando — destaca Rasera.
Nova onda de calor?
Até o momento, a Climatempo e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) não confirmaram a ocorrência da terceira onda de calor no Rio Grande do Sul. Contudo, não se descarta a possibilidade de que essa classificação seja citada nos próximos dias.
Para Gustavo Rasera, já é possível apontar que o período estará sob influência do evento meteorológico. No entanto, ainda não dá para fazer uma análise cidade por cidade.
— Serão temperaturas acima do esperado para o mês, então configuraria como anomalamente quentes. Elas estão fora do Normal Climatológico. A questão é a persistência e a amplitude, que podem variar a interpretação conforme o órgão. Dá para dizer que é uma onda de calor — pontua.
É válido lembrar que a literatura não é unânime em relação à definição de onda de calor. Para a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o fenômeno é caracterizado quando a temperatura ultrapassa os 5?°C acima da média para a época e o local, durante um período de, no mínimo, cinco dias consecutivos.
No início de fevereiro, durante a atuação da segunda onda de calor do ano no Estado, o município de Quaraí registrou o recorde de 43,8ºC. Porto Alegre chegou a figurar entre as capitais com temperaturas mais elevadas do Brasil, com 37,9°C. Não há estimativa de que os índices ultrapassem os números observados anteriormente.
— Ainda é cedo para afirmar, porque não há um certo alinhamento entre os diferentes modelos meteorológicos. Então, não dá para falar que vai ultrapassar os 43ºC. O que pode ser afirmado é que vai chegar nessa faixa dos 40ºC em alguns pontos — pontua Vitor Takao.
Até quando fica quente?
O calor mais intenso deve persistir até a quarta-feira (26), quando está prevista a entrada de um frente fria próxima ao Estado, o que deve estimular a formação de nuvens.
— Entre a quarta e a quinta-feira (27), haverá uma condição maior para chuva, com formação de nebulosidade. Isso acaba impedindo que a temperatura siga se elevando na mesma magnitude — afirma Takao.
O meteorologista adiciona que, até lá, pode chover de forma isolada. Além disso, reforça que a entrada da frente fria não significa que irá esfriar no Estado. Quer dizer que as temperaturas não vão apresentar o mesmo grau de elevação. Devem ficar mais amenas, mas seguirá bastante abafado.
GZH
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