MP acusa quatro pessoas de envolvimento no assassinato de caminhoneiro que desapareceu em Bom Jesus
Investigação apontou que Luciano Boeira Melos foi morto porque marido da mulher com quem ele tinha um caso descobriu o relacionamento. Ela, o marido, o pai dela e o cunhado foram indiciados por homicídio qualificado e estão presos.
11/10/2023 08:28 por André Motta
O Ministério Público (MP) denunciou, nesta segunda-feira (9), quatro pessoas investigadas pelo desaparecimento e morte do caminhoneiro Luciano Boeira Melos, em Bom Jesus, na Região da Serra do Rio Grande do Sul.
Ele desapareceu em julho após sair de casa para encontrar uma mulher casada com quem mantinha caso amoroso. A polícia acredita que ele tenha sido morto. O corpo dele não foi encontrado.
Ela, o marido, o pai e o cunhado foram indiciados no fim de setembro pela Polícia Civil por crime de homicídio duplamente qualificado: por motivo fútil e emboscada. Os nomes deles não foram divulgados. O g1 apurou que se tratam de:
Fabiana Saraiva, mulher que tinha o envolvimento com o Luciano
José Baldoino Saraiva, pai de Fabiana
Flávio Noronha, cunhado de Fabiana
Felipe Noronha, marido de Fabiana
Advogado de José Baldoino Saraiva, Adelar Velho Varela, afirma ter "convicção total que a inocência dele será provada no decorrer do processo".
A advogada de Flávio Noronha, Keli Cordova, informou que "acredita nas verdades dos fatos a nas provas em seu favor e nas provas ainda a serem esclarecidas para comprovar a sua inocência e aguarda a rápida administração da justiça para que ele retome sua vida normal". Até a última atualização desta reportagem, o advogado Ezequiel Carlotto, que representa Felipe Noronha e Fabiana Saraiva, não havia retornado.
Os quatro foram presos preventivamente durante a investigação.
O MP acrescentou mais um crime na denúncia: de fraude processual. Conforme o promotor Raynner Sales de Meira, os denunciados apagaram mensagens de conversas que tiveram no dia do crime a fim de esconder provas, o que configura a fraude processual.
A denúncia foi encaminhada ao Judiciário e, caso seja aceita, os acusados viram réus pelos crimes.
"Além disso, o crime de fraude processual decorre da tentativa de simular um acidente de trânsito, ao descartarem a motocicleta da vítima em um rio, distante 30km do local do crime. Enfim, são condutas voltadas a alterar o estado de coisas, lugares e pessoas, a fim de induzir a erro juiz ou perito", diz. A motocicleta foi encontrada.
As investigações da Polícia apontaram que Luciano Boeira Melos foi morto porque o marido da mulher com quem ele tinha um caso descobriu a traição.
O caso
Luciano desapareceu em 26 de julho, durante a noite, após sair de casa em uma motocicleta para encontrar a mulher com quem tinha uma relacionamento extraconjugal na localidade de Caraúno. A residência fica no mesmo terreno onde está a casa da mãe dele, que viu ele saindo. Essa foi a última vez que ele foi visto.
A caminho do local marcado para o encontro, Luciano mandou uma mensagem em áudio para o celular do irmão. Nela, ele diz que, caso alguma coisa acontecesse, o irmão saberia onde ele tinha ido.
Luciano não voltou para casa naquele dia. Os familiares não estranharam, em um primeiro momento, pois acreditavam que ele e a mulher estavam juntos. No entanto, no dia seguinte, eles perceberam que isso não havia acontecido porque viram a mulher junto de outro homem, que seria o seu marido, em um posto de saúde da cidade.
A Polícia Civil foi comunicada e a investigação começou. Em 31 de julho, a motocicleta de Luciano foi localizada dentro de um rio na localidade de Casa Branca, em uma região distante cerca de 30 km de onde ele teria ido para encontrar a mulher.
Familiares de Luciano disseram que, após isso, a mulher mandou, por celular, mensagens para eles dizendo que os dois tinham terminado o relacionamento, que ele tinha estado onde tinham marcado o encontro, uma propriedade rural em Caraúno, e que ele havia deixado o local de motocicleta em direção ao perímetro urbano de Bom Jesus.
Para a Polícia Civil, Luciano foi atraído e executado pelos suspeitos em Caraúno e teve sua motocicleta descartada em outra região. O objetivo do grupo seria encobrir o crime.
G1/RS
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