Granizo gigante causou destruição em várias cidades do Norte do Rio Grande do Sul neste sábado. As pedras de gelo, que acompanharam as tempestades severas do começo do dia, tiveram grande diâmetro. O granizo severo provocou estragos em telhados e em lavouras de diversas comunidades de pequenos municípios.

O município de São Valentim, no Norte do Rio Grande do Sul, foi mais castigado pelas tempestades severas de granizo que afetaram a região do Alto Uruguai na última noite. Ao menos 150 casas tiveram danos pelas enormes pedras de gelo na cidade de apenas três mil habitantes.

As comunidades mais atingidas na localidade foram Vista Alegre, São João, Linha Canarinho, Linha Tapir e Linha Quatro. A Defesa Civil do Estado foi acionada e uma equipe está a caminho para auxiliar o município no levantamento dos problemas e na busca de ajuda oficial. A tempestade com granizo grande a gigante causou muitos estragos também na zona rural do município de Barão de Cotegipe. Várias áreas da região foram impactadas pelo fenômeno. Lavouras foram arrasadas pela tempestade severa com grandes pedras de gelo.

Entre Rios do Sul foi outro município atingido pela mesma supercélula de tempestade com granizo gigante. O prefeito decidiu decretar situação de emergência após ouvir os relatos de danos da Emater e Defesa Civil do município. Na quarta-feira, a cidade já havia sido duramente castigada por um forte temporal de granizo que destelhou grande parte das casas na área urbana. Em Santa Catarina, a cidade de Campos Novo foi a mais castigada pelo granizo. Efeito da frente quente que se formou no final da sexta entre o Norte gaúcho e o estado vizinho. As pedras de gelo tiveram tamanho de ovos em alguns locais do município. As áreas mais atingidas com o granizo foram os bairros Aparecida e Senhor Bom Jesus, onde moradores registram prejuízos em suas residências.

O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos (NWS) possui quatro categorias para definir o tamanho de granizo: pequeno (menos de 2 centímetros), grande (2 cm a 4,5 cm), muito grande (4,5 cm a 7 cm) e gigante (maior que 7 cm). Dentro de uma nuvem Cumulunimbus de tempestade, partículas de gelo se desenvolvem a partir de água superresfriada. As partículas caem em direção à parte inferior da nuvem devido à força da gravidade, mas são forçadas a subir por poderosas correntes ascendentes de ar dentro das nuvens (updrafts). Na parte superior da nuvem, eles encontram mais água superresfriada, que congela sobre as partículas de gelo, adicionando outra camada de gelo, o que se dá de forma repetida. Assim, os pequenos pedaços de gelo ficam cada vez maiores, tornando-se bolas de gelo, as pedras de granizo. As pedras de granizo finalmente se tornam pesadas demais para serem elevadas de volta ao topo da nuvem e caem em terra. Devido à forma como se formam, o granizo tem uma estrutura em camadas, como uma cebola. Pedras de granizo realmente grandes, como as de hoje no Alto Uruguai, se formam em nuvens de tempestade com correntes ascendentes excepcionalmente fortes, como era o caso nas nuvens de tempestade que cresceram sobre o Norte gaúcho.