Ministério da Saúde define estratégia de vacinação contra a dengue com dose fabricada pelo Butantan
Profissionais da Atenção Primária, como agentes de endemias, serão os primeiros a receber a imunização
10/12/2025 08:39 por redação
Nova vacina contra a dengue será produzida no Brasil. PABLO JACOB / Governo de SP,Divulgação
O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (9) as diretrizes para o uso da nova vacina contra a dengue produzida pelo Instituto Butantan. Conforme o ministro Alexandre Padilha, a previsão é de que as primeiras 1,3 milhão de doses sejam disponibilizada até o fim de janeiro de 2026. Elas serão destinadas aos profissionais da Atenção Primária.
— A vacinação já começa com a produção do Butantan, que vai disponibilizar volume suficiente para iniciarmos a imunização dos profissionais da atenção primária em todo o país. Estamos falando de agentes comunitários de saúde, agentes de endemias, enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos que atuam nas unidades básicas e visitam diariamente as famílias em seus domicílios — afirmou Padilha durante o anúncio.
Com o aumento da produção e a da oferta de doses, o ministério atenderá o público geral. A vacinação começará pelos adultos com 59 anos, com expansão gradual para as demais faixas etárias até chegar ao público de 15 anos de idade. A maior escala de produção será viabilizada pela empresa chinesa WuXi Vaccines, por meio de parceria de transferência de tecnologia e desenvolvimento com o Instituto Butantan, que detém a inovação.
Impacto da vacina na população
Parte das doses prontas também será utilizada em uma estratégia específica em Botucatu (SP), que servirá como campo de avaliação da efetividade e resultado da vacina na dinâmica da doença na região, acelerando o início da vacinação da população geral na faixa etária entre 15 a 59 anos.
A estimativa do ministério de que, ao atingir a adesão de 40% a 50% desta população, haverá impacto no controle da dengue. Além de Botucatu, outros municípios com predominância do sorotipo DENV-3 estão em análise para integrar essa estratégia. As cidades serão escolhidas conforme a presença deste sorotipo.
Vacina nacional é considerada eficaz
Com base nos estudos apresentados e avaliações técnicas da Anvisa, a vacina possui eficácia de 74,7% contra dengue sintomática em pessoas de 12 a 59 anos e 89% de proteção contra formas graves e com sinais de alarme.
O SUS já conta com uma vacina, de um laboratório japonês, aplicada em duas doses e que seguirá destinada a adolescentes de 10 a 14 anos, com previsão de ampliação para mais de 5 mil municípios. Desde 2024, quando o Brasil se tornou o primeiro país a incorporar a vacina contra a dengue na rede pública, mais de 7,4 milhões de doses foram aplicadas nesse público. Para 2026, o ministério garantiu 9 milhões de doses desse imunizante e prevê outras 9 milhões para 2027.
Prevenção
Neste ano, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou uma redução de 75% nos casos de dengue e 80% dos óbitos em relação a 2024. Mesmo com esse avanço, o combate ao Aedes aegypti segue essencial em todo o país. Em novembro, o ministério lançou a campanha nacional “Não dê chance para dengue, zika e chikungunya”, voltada à prevenção das arboviroses.
Veja as medidas preventivas:
- Uso de telas em janelas e repelentes em áreas de transmissão reconhecida
- Remoção de recipientes que possam se tornar criadouros
- Vedação de reservatórios e caixas d’água
- Limpeza de calhas, lajes e ralos
- Adesão e apoio às ações de prevenção e controle realizadas pelos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS)
GZH
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