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Médicos operam coração de feto com 29 semanas dentro da barriga da mãe em hospital do RS

Feto tinha uma malformação que poderia comprometer o desenvolvimento do lado direito do coração. Intervenção era necessária para que, após nascimento, fosse garantida a qualidade de vida do bebê.

01/12/2025 08:18 por Maira kempf


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Médicos operam coração de feto com 29 semanas dentro da barriga da mãe em hospital do RS — Foto: Hospital Moinhos de Ventos/Divulgação


Um hospital de Porto Alegre realizou uma cirurgia no coração de um feto ainda no período pré-natal dentro da barriga da mãe. Foi a primeira vez que a instituição fez um procedimento do tipo.

O feto tinha atresia de valva pulmonar, uma malformação que poderia comprometer o desenvolvimento do lado direito do coração, podendo evoluir para uma condição conhecida como hipoplasia do ventrículo, em que o órgão não consegue enviar sangue suficiente para os pulmões. (Saiba mais abaixo)

De acordo com Eduardo Becker, coordenador do Serviço de Cirurgia Fetal do Hospital Moinhos de Vento, o diagnóstico surgiu quando a gestante, com 29 semanas de desenvolvimento do feto, realizou um exame morfológico.

Para a gestante Jéssica Peruzzo, após receber a notícia, foram semanas de fé, preparo e esperança até o dia da operação.

"A equipe médica me acolheu com tanto cuidado que o medo inicial deu lugar à confiança", conta.

 

Sem tratamento, o desenvolvimento e a qualidade de vida do bebê, após nascimento, ficariam comprometidos: a alteração poderia evoluir de forma grave, exigindo cirurgias complexas, segundo os médicos.

Como foi a cirurgia

Médicos operam coração de feto com 29 semanas dentro da barriga da mãe em hospital do RS — Foto: Hospital Moinhos de Ventos/Divulgação

Médicos operam coração de feto com 29 semanas dentro da barriga da mãe em hospital do RS — Foto: Hospital Moinhos de Ventos/Divulgação

A cirurgia ocorreu no dia 29 de outubro, em Porto Alegre, e contou com a participação de obstetrascardiologistas intervencionistas e um anestesista.

"Por via percutânea, no útero materno, foi possível introduzir uma agulha através da válvula fechada, permitindo a passagem de um cateter, o restabelecimento do fluxo na artéria pulmonar, o que levará ao desenvolvimento mais adequado do coração", detalha a equipe médica.

Jéssica disse que a operação, que foi um sucesso, trouxe uma nova chance de vida para a filha dela.

"Com melhores perspectivas e menor risco no futuro. Quero que outras mães saibam da importância dos exames cardíacos na gestação, pois o diagnóstico precoce pode sim salvar vidas — assim como salvou a da minha filha", ressalta.

Segundo o hospital, após a cirurgia e o período de recuperação, Jéssica apresentou boa recuperação, e o ultrassom do coração do feto já demonstra que o problema foi resolvido.

Atresia e hipoplasia

 A atresia de valva pulmonar ocorre quando a válvula pulmonar não se desenvolve corretamente, impedindo o fluxo de sangue do ventrículo direito para a artéria pulmonar e, consequentemente, para os pulmões. Essa condição faz com que o sangue que chega ao corpo tenha baixo teor de oxigênio, o que pode causar cianose (pele azulada), dificuldade para respirar e para se alimentar. O tratamento envolve o uso de medicamentos para manter o canal arterial aberto e cirurgias para reparar ou criar caminhos alternativos para o fluxo sanguíneo.

 Já a hipoplasia do ventrículo direito é uma cardiopatia congênita rara em que o ventrículo direito do coração não se desenvolve completamente no útero. Essa condição pode levar a um subdesenvolvimento de outras estruturas cardíacas.

G1 RS



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