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Peregrinação internacional marca os 400 anos das Missões Jesuíticas no RS

Caminhada religiosa passou por Paraguai, Argentina e chegou ao Brasil no fim de semana. Peregrinos levam relicário com fragmento do coração de Roque González ao Santuário de Caaró, em Caibaté

10/11/2025 10:40 por Maira kempf


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Na Região das Missões, outros fiéis devem se juntar à trilha Reprodução RBS TV / Divulgação


Uma peregrinação internacional, em celebração aos 400 anos das Missões Jesuíticas no Estado, alcançou o Rio Grande do Sul no sábado (8). Reunindo fiéis, a caminhada de 290 quilômetros teve início no Paraguai em 26 de outubro, passou pela Argentina e deve ser concluída em Caibaté, no próximo domingo (16). 

Os peregrinos seguem a Trilha dos Santos Mártires, criada há 25 anos. O caminho homenageia os padres jesuítas Roque GonzálezAfonso Rodrigues e João de Castilhos, mortos em 1628 por indígenas contrários à catequização. 

— A ideia surgiu como forma de homenagear os santos missioneiros e preservar a memória histórica — disse Sérgio Venturini, um dos organizadores.

A caminhada ocorre anualmente em novembro, entre São Nicolau e o Santuário de Caaró, em Caibaté, na Região das Missões. Mas neste ano o trajeto foi ampliado para uma jornada por três países e 30 povos missioneiros: teve início em San Ignacio Guazú, no Paraguai, passou pela Argentina e terminará no Brasil. 

Entre os 20 participantes do trajeto internacional esteve Cleonilton de Almeida, de Porto Alegre, que realiza a peregrinação pela quarta vez. 

— É uma experiência de fé e história que me toca profundamente —  afirmou. 

E embora a atividade seja ligada à Igreja Católica, a peregrinação também atrai pessoas de outras crenças. O funcionário público Lucas Schneider, de Lajeado, é evangélico luterano e, mesmo sem reverenciar santos, também participa pela quarta vez. 

— O trabalho que os jesuítas fizeram aqui, que o Padre Roque fez sem levantar armas, somente com a palavra, com aconselhamento, trabalhando os indígenas e respeitando a sua essência e ao mesmo tempo permitindo que eles vivessem a sua espiritualidade é inspiração total pra mim, por que as reduções visavam o desenvolvimento espiritual e humano — afirmou.

Para entrar no Brasil, os peregrinos atravessaram o Rio Uruguai de barco, sendo recepcionados por familiares e amigos no último fim de semana. A chegada ocorreu no local onde, em maio de 1626, Roque González fundou a redução de São Nicolau, o primeiro povoado missioneiro em solo gaúcho. 

E foi deste ponto que outros peregrinos se juntaram à caminhada no solo brasileiro, com destino ao Santuário de Caaró. É o caso de Glenio Edvino Schein, aposentado que veio de Curitiba (PR) para participar:

— Sempre tive vontade de participar. Este ano consegui realizar esse desejo.  

Durante o percurso, os participantes carregam um relicário contendo um fragmento do coração de Roque González. Essa relíquia é levada pelas paróquias por onde a trilha passa, até seu destino final em Caibaté. 

Em solo gaúcho, os peregrinos vão caminhar 180 quilômetros pela Região das Missões.

GZH



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