O Ibama e o Comando Ambiental da Brigada Militar estão investigando a possível presença de um puma (também conhecido como onça-parda ou leão-baio) em uma área rural de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A suspeita surgiu após relatos de ataques a cães e cavalos em um sítio próximo à divisa com o município de Alvorada.

A proprietária da área, que também atua como protetora de animais, afirma que nove cachorros e quatro cavalos já foram atacados — os cães morreram. Segundo ela, os ataques já haviam ocorrido em anos anteriores, mas se intensificaram em 2025.

Na última sexta-feira (15), técnicos ambientais visitaram a propriedade e identificaram pegadas e marcas de garras nas baias onde os animais dormem, reforçando a suspeita de que um felino de grande porte esteja na região.

"A presença de pegadas e ranhuras nas estruturas das baias, aliada ao fato de os ataques ocorrerem sem que o predador se alimente das presas, indica que pode se tratar de um felino ensinando seus filhotes a caçar", explicou a capitã Brenda da Silva Alves, do Comando Ambiental.

Para tentar confirmar a presença do animal, foram instaladas câmeras com armadilhas fotográficas no local. As autoridades orientam os moradores a manter cães, gatos e cavalos em locais protegidos, especialmente entre o fim da tarde e a noite.

Apesar da preocupação, a capitã tranquiliza a população quanto ao risco para seres humanos:
“Um ataque a pessoas, sem que haja provocação, é extremamente raro. Reforçamos que capturar ou caçar animais silvestres é crime. Pedimos que os tutores mantenham seus animais domésticos em ambientes fechados e seguros.”

O objetivo do monitoramento é, caso o puma seja confirmado, garantir sua segurança e, se possível, sua devolução a áreas de conservação ambiental, como a APA do Banhado Grande ou o Parque Estadual de Itapuã.

Espécie ameaçada
O puma concolor é o segundo maior felino das Américas e está ameaçado de extinção no Rio Grande do Sul. Pode pesar até 70 kg e vive em florestas ou campos, com hábitos principalmente noturnos. Alimenta-se de animais como lebres, tatus, veados e capivaras.

Por segurança, a prefeitura de Viamão, o Ibama e o Comando Ambiental decidiram não divulgar a localização exata da área monitorada, a fim de evitar a presença de caçadores e curiosos.