Após perder filho, suspeita sequestra bebê de mulher em situação de rua e diz a familiares ser a criança dela
Bebê foi encontrado com ajuda da ferramenta Amber Alerts, que emite alerta no Facebook e no Instagram com foto e nome da criança desaparecida. Suspeita foi presa.
28/02/2024 13:46 por redação
Imagem de jcomp no Freepik
Uma mulher de 39 anos presa por suspeita de sequestrar um bebê de dois meses em Fortaleza estava grávida e perdeu o filho, por isso decidiu sequestrar a criança e apresentá-la como seu filho, segundo a Polícia Civil. O sequestro ocorreu no sábado (24) e o menino foi localizado com a mulher na segunda-feira (26). Ela foi presa.
Conforme a investigação, a mãe da criança sequestrada é uma pessoa em situação de rua. No sábado, dia do sequestro, o bebê foi visto pela última vez em uma pousada social da Prefeitura de Fortaleza, no Bairro Centro, após ser deixado pela mãe aos cuidados da sequestradora, que estava no local.
"Ela teria deixado a criança rapidamente com uma pessoa que teria conhecido há alguns dias, para comprar algo, e ao retornar já não encontrou nem a senhora e nem o bebê", explicou Ricardo Pinheiro, delegado-diretor da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa.
Segundo a polícia, a suspeita estava grávida, mas perdeu o filho logo após o nascimento. Contudo, ela disse à família que a criança não tinha morrido, mas estava internada em um hospital.
"Desde então ela passou a frequentar locais com pessoas em vulnerabilidade, usuários de droga, e criar contato, proximidade com pessoas nessa condição. Ela viu o recém-nascido, procurou se aproximar da mãe, esperou uma oportunidade de pegar a criança e chegou em casa apresentando aos familiares como sendo seu filho", detalha Ricardo Pinheiro.
Menino sequestrado em Fortaleza foi encontrado com ajuda de ferramenta da Meta — Foto: Reprodução
Após o sequestro do menino, a mãe fez um boletim de ocorrência. A polícia, então, acionou a ferramenta Amber Alert, um serviço de busca de crianças desaparecidas desenvolvido pela empresa Meta, dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp.
O alerta do desaparecimento do bebê foi entregue a todos os usuários do Facebook e Instagram num raio de 160 quilômetros do local do sequestro. Eles receberam a imagem da criança no feed das redes sociais.
Algumas pessoas identificaram o bebê a partir das imagens divulgadas nas redes sociais. A Perícia Forense do Ceará também fez um retrato falado com as características da suspeita. A mulher e a criança foram localizadas no Bairro Sabiaguaba.
A mulher presa foi levada para delegacia. Ela foi autuada em flagrante por sequestro e cárcere privado e colocada à disposição da Justiça.
Ferramenta de buscas
Ilustração de uma publicação alertando sobre o desaparecimento de crianças no Brasil — Foto: Divulgação/Meta
A ferramenta de busca de crianças usada no caso se chama "Amber Alerts". Ela começou a ser utilizado no Brasil após a Meta e o Ministério da Justiça fecharem uma parceria em agosto de 2023. Ela funciona a partir da confirmação do desaparecimento de uma criança pela autoridade policial.
No caso do desaparecimento do bebê de dois meses em Fortaleza, a Polícia Civil do Ceará acionou o protocolo Amber Alerts junto ao Ciberlab, do Ministério da Justiça.
Após este acionamento, os alertas começam a aparecer nos feeds do Facebook e do Instagram para pessoas que estão em um raio de 160 km de onde a pessoa foi vista pela última vez. Os avisos fornecem fotos e descrição das roupas que foram vistas pela última vez com a pessoa. (Veja na foto acima)
Pelo acordo com o Ministério da Justiça, os alertas são emitidos para os casos de desaparecimento somente para pessoas que tenham menos de 18 anos e que estejam em risco iminente, segundo a avaliação das autoridades.
Segundo a Meta, o Amber Alerts é utilizado em 30 países diferentes e, no Brasil, o serviço está disponível no Ceará, Minas Gerais e no Distrito Federal. A ideia é que, gradualmente, o projeto deve atender em todo território nacional.
Os próximos estados a aderir à iniciativa devem ser Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte, São Paulo, Pernambuco, Paraná, Paraíba, Amapá, Goiás e Roraima.
G1
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