Mais Frango inicia processo de demissão em massa após acordo com sindicato
Cerca de 750 funcionários devem ser desligados da empresa após incêndio consumir quase toda a estrutura
11/01/2024 08:58 por redação
Trabalhadores votaram, em assembleia, se concordavam com negociação (Foto: Raimundo Adolfo Hett / Arquivo pessoal)
Os trabalhadores do frigorífico Mais Frango, em Miraguaí, aceitaram o acordo de demissão negociado entre a empresa e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação. Com a decisão, tomada em assembleia na tarde de terça-feira (9), começa a demissão em massa da companhia, que teve parte da estrutura destruída após incêndio em 17 de dezembro.
A empresa não precisou o número de trabalhadores que serão demitidos, mas a estimativa é de cerca de 750 pessoas. O frigorífico emprega em torno de mil funcionários e aproximadamente 250 serão mantidos nos cargos.
No acordo, a empresa se compromete a pagar todos os direitos trabalhistas, o que inclui verbas rescisórias e fundo de garantia dos trabalhadores desligados. Além disso, quem se enquadrar nas regras poderá requerer o seguro-desemprego. Depois das demissões, o parque fabril atingido pelo incêndio será reconstruído, obra que deve levar cerca de 15 meses.
— Eles se comprometeram de, quando começarem a contratar de novo, dar preferência para quem já era funcionário da empresa. Isso também dá uma segurança — disse o presidente do sindicato, Raimundo Adolfo Hett.
De acordo com Hett, também estiveram presentes na assembleia outras empresas do setor que demonstraram interesse em contratar parte dos funcionários desligados.
Relembre o caso
Os desligamentos são resultado de um incêndio que atingiu o frigorífico e consumiu 95% do parque fabril, em 17 de dezembro. Na ocasião, bombeiros de quatro diferentes cidades da região precisaram prestar apoio para conter as chamas.
Havia preocupação porque o incêndio aconteceu próximo ao reservatório de amônia do frigorífico, o que poderia resultar em explosão. Não houve feridos e as causas do fogo ainda são investigadas.
Incêndio causava risco de vazamento de amôniaCorpo de Bombeiros / Divulgação
A reportagem entrou em contato com a Mais Frango, que preferiu não se manifestar. No último posicionamento, enviado à reportagem em 5 de janeiro, a empresa disse não ter condições de manter os empregos das pessoas que trabalhavam nas áreas atingidas pelo incêndio.
Além disso, afirmou que serão mantidos 13 setores na empresa, como comercial, logística, financeiro, sala de máquinas, entre outros. O frigorífico segue com as atividades nos setores não atingidos e realiza o abate dos frangos em local na cidade catarinense de Nova Erechim, a cerca de 180 quilômetros de Miraguaí.
Gaúcha ZH
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