RS terá episódio de chuva extrema nos próximos dias
Em Santo Augusto, entre domingo, 12, e sexta-feira, 17, o acumulado poderá chegar aos 500 milÃmetros. Na terça-feira, 14, a previsão é de 200 milÃmetros.Â
09/11/2023 14:05 por redação
Foto: Maira Kempf
Um episódio de chuva extrema com volumes elevados a excepcionalmente altos de precipitação deve ser esperado até a metade deste mês no Rio Grande do Sul. Em algumas localidades, os acumulados podem atingir o dobro ou o triplo da média histórica de chuva de novembro inteiro nos próximos sete a dez dias, segundo informações da MetSul Meteorologia.
O episódio de chuva extrema será um dos maiores deste ano no estado gaúcho, já marcado por uma série de eventos de precipitação excessiva, como o dos meses de junho (16 mortos), setembro (52 mortos) e outubro (sem vítimas). Uma consequência do fenômeno El Niño que segue se fortalecendo e adentra o território de forte intensidade com as mais altas anomalias de temperatura da superfície do mar no Pacífico desde o Super El Niño de 2016.
Não se espera uma situação como a de setembro, quando em apenas 24 horas choveu 200 mm a 300 mm em vários pontos do Norte e do Nordeste gaúcho, o que levou às inundações catastróficas no Vale do Taquari. Tampouco o cenário guarda semelhança com o ciclone de junho, quando caíram 200 mm a 300 mm no Nordeste gaúcho, em particular no Litoral Norte, em poucas horas, por efeito de orografia (chuva associada ao relevo).
Embora em alguns dias deva chover localmente forte a intensamente, com volumes em 24 horas de 50 mm a 100 mm ou mais, o que vai determinar os acumulados extremos neste episódio será a soma de muitos dias com registros de precipitação. Por isso, será um evento de chuva volumosa com características diferentes de junho ou setembro, e mais próximo do que ocorreu na Metade Norte gaúcha em outubro.
Em Santo Augusto, entre domingo, 12, e sexta-feira, 17, o acumulado poderá chegar aos 500 milímetros. Na terça-feira, 14, a previsão é de 200 milímetros.
Riscos
Diante do cenário que se apresenta de precipitação, apesar de variações em volumes e distribuição da chuva no pacote de modelagem numérica, é inevitável que haja impactos para a população e, alguns municípios, graves. A persistência da chuva por vários dias trará inundações e muito provavelmente cheias de vários rios com enchentes. As bacias de maior risco são aquelas que cortam o Noroeste, o Norte, o Centro e o Nordeste do estado, o que inclui as bacias que cortam os vales (Taquari, Caí, Sinos e Paranhana) assim como o Jacuí e o Uruguai, além de rios menores.
O Guaíba, em Porto Alegre, assim, pode voltar a ter cheia, o que não é comum em novembro. Chuva com acumulados tão extremos como se prevê traz ainda riscos geológicos. Será muito alto o risco de deslizamentos de terra em áreas de encostas de morros.
Devem ocorrer ainda quedas de barreiras que podem gerar bloqueios parciais ou totais de rodovias estaduais e federais. Algumas estradas, particularmente municipais e rurais, devem se tornar intransitáveis com prováveis trechos e pontilhões cobertos pela água. Com a perspectiva de forte correnteza, trechos alagados devem se terminantemente evitados por motoristas sob perigo de acidentes fatais.
Correio do Povo
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