Afrequência e a intensidade das precipitações que castigam o Rio Grande do Sul desde o início de setembro atrasam a implantação das lavouras de arroz da safra 2023/2024. Com quase 100% dos 902,4 mil hectares localizados na Metade Sul, os produtores têm como principais desafios o encharcamento do solo e a necessidade de reparar danos estruturais ocasionados pela chuva e pelo granizo do mês passado. 
Conforme o levantamento conjuntural da Emater-RS/Ascar desta semana, a implantação da cultura é realizada à medida que cessa a chuva. Em Pelotas, por exemplo, alguns dias sem umidade permitiram que a área semeada com o grão chegasse a 4%. Nessa mesma época do ano passado, 39% das lavouras estavam implementadas. Mesmo que curtos, os períodos menos úmidos permitem o tráfego de máquinas e implementos e favorecem a drenagem do solo. “Houve melhoria significativa das áreas destinadas ao cultivo”, aponta a Emater/RS-Ascar. A expectativa é que o atraso possa ser recuperado com a melhora do clima. 

O plantio também começou na região da Campanha, onde, inclusive, alguns municípios registram avanço de 40% na área plantada, como Uruguaiana e Barra do Quaraí. As atividades seguem também em Maçambará, Dom Pedrito, Candiota, Hulha Negra e Bagé. Já em São Borja, as precipitações recentes beneficiaram a reposição da umidade e troxeram condições ideais para germinação. Assim, a lavoura pode emergir de maneira uniforme. No entanto, há apreensão quanto ao risco de alagamentos nas áreas já semeadas devido ao aumento do nível do Rio Uruguai e ao fato de as lavouras estarem próximas de cursos d'água.
Conforme estimativa do Instituto Rio-grandense de Arroz (Irga), a expectativa é que o Estado produza 7,54 milhões de toneladas de arroz na safra 2023/2024. Se confirmada, a colheita será 4,19% superior à de 2022/23, porém, com produtividade 4,87% menor, chegando a 8.359 quilos por hectare.

A próxima semana, novamente, será de chuva intensa em algumas áreas do Estado. Mas, de acordo com o Boletim Integrado Agrometeorológico 41/2023, da Secretaria da Agricultura (Seapi), realizado em parceria com a Emater/RS-Ascar e com o Irga, os volumes deverão ser inferiores a 10 milímetros na Fronteira Oeste, na Campanha e na Zona Sul. No restante do Estado, as projeções indicam valores entre 15 e 35 mm, que poderão superar 50 mm no Alto Uruguai, Planalto, Campos de Cima da Serra, Serra do Nordeste e Litoral Norte.

Neste sábado, uma massa de ar afastará a nebulosidade e o tempo firme. Porém, haverá declínio da temperatura e possibilidade de geadas na Campanha e na Zona Sul. No domingo, o ar quente e úmido elevará as temperaturas e trará nuvens, com pancadas de chuva entre a tarde e noite, principalmente na Metade Norte.