Campo Novo vai realizar a primeira edição do Desfile Temático e Cultural, no dia 20 de agosto, no centro da cidade.  O evento faz parte das comemorações ao Dia do Colono e Motorista, celebrado no mês de julho.

“Vamos resgatar não apenas memórias, mas também objetos, equipamentos e máquinas que fazem parte da trajetória e do pioneirismo na labuta da agricultura”, disse a extensionista rural da Emater/RS-Ascar Elise de Moura Rosa.  “Fotografias, documentos e tudo mais que remeter às origens, particularidades e talentos de cada família”, completou Elise.

Famílias do interior do município preparam os objetos, que serão levados ao desfile, sobre carros alegóricos. São verdadeiras relíquias, a exemplo da luz a carbureto, usada pela família Schmidt, quando não havia luz elétrica no campo. Também da família Schmidt, tem a serra de cortar lenha que veio da Itália e foi usada pelo imigrante italiano Romano Bigolin para cortar madeira e fazer as primeiras casas dos colonos, recém chegados da Itália. E tem ainda a máquina de escrever da marca Continental, que a jovem Letícia Schmidt ganhou do falecido avô.

Lovane Kuntzler resgatou um rádio que pertencia ao avô. “O finado vô vendeu muito porco para pagar este rádio, era caríssimo”, lembra Lovane. O marido, Jorge Kuntzler, irá mostrar ao público a prensa de 65 anos, onde o pai fazia torresmo. O filho do casal, Rafael, vai levar para o Desfile do dia 20 de agosto, o caminhão Ford F350.

Um pilão, entalhado no tronco de uma árvore, pelo pai do agricultor Arno Kuntzler, também está reservado para o Desfile. “A gente usava para socar milho para fazer canjica, descascar arroz para fazer a galinhada e socar a erva-mate crioula, que o pai usava para fazer chimarrão”, lembra, emocionado, Arno Kuntzler.

A máquina de costura, que a Tia Tereza, de 81 anos, usava para vestir os onze filhos é uma relíquia guardada pela família Silva. “Antigamente, eles compravam os fardos de tecido e faziam as roupas”, lembra Tânia Marisa da Silva. “As roupas eram todas da mesma cor”, completou Sadi Silva. No caminhão alegórico dos Silva, tem ainda máquina de debulhar milho, um saraquá para plantar milho e as primeiras sementes de soja que chegavam ao Rio Grande do Sul. O neto, Alexandre Silva, de oito anos, é um dos mais empolgados com o Desfile Temático e Cultural. Em frente a uma antiga máquina de escrever, ele posa para a foto usando um antigo chapéu e terno do avô, Sadi Silva.

Por traz de cada instrumento, guardado como se fosse um tesouro, tem uma história. A lembrança da mãe, do pai, dos avós e muito mais. Tem a história de mais de duzentos anos do Brasil rural. Um Brasil que ainda não tinha consolidado a indústria de máquinas e implementos agrícolas, nem a indústria têxtil e de eletrodomésticos. Um Brasil que evoluiu na agricultura,  graças ao braço forte que puxou o arado e que moldou o ferro no fogo das ferrarias e, graças à perseverança de homens e mulheres para alimentarem, vestirem e educarem dezenas de gerações. O Brasil de hoje deve muito ao Brasil dos nossos antepassados!

INSCRIÇÕES

Famílias, grupos de jovens, grupos de mulheres e associações rurais interessados em participar do primeiro Desfile Temático e Cultural, no dia 20 de agosto, devem entrar em contato com a Emater/RS-Ascar de Campo Novo.

Instituições comerciais, ligadas ao segmento agropecuário, também podem se inscrever.

Além do Desfile Temático e Cultural, a LogNovo está organizando a participação dos caminhoneiros no evento.

PROGRAMAÇÃO

Dia 20/08

10h – 1º Desfile Temático e Cultural, na Avenida Getúlio Vargas

12h – Almoço na Afucampo

13h30h – Após o almoço, reunião dançante com a banda Cidade Pérola, na Afucampo