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Venezuela de Maduro enfrenta sérias limitações militares, pressionada pelos EUA

O governo de Donald Trump tem sinalizado que Maduro é um dos novos alvos da política externa americana.

21/08/2025 20:55 por Bruno Vargas


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Boris Vergara/Xinhua


A Venezuela, sob a liderança de Nicolás Maduro, enfrenta sérias dificuldades em termos militares, de acordo com o "Balanço Militar" de 2025 do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), considerado uma referência global na área. O país, pressionado pelas sanções internacionais, possui um Exército defasado e com sérios problemas operacionais.

O governo de Donald Trump tem sinalizado que Maduro é um dos novos alvos da política externa americana. Na última semana, três navios de guerra foram enviados pelo governo dos EUA para a região sul do Caribe, nas proximidades da Venezuela, com o argumento de conter ameaças de cartéis de drogas, conforme noticiado por agências internacionais.

A porta-voz de Trump, Karoline Leavitt, justificou a movimentação dizendo que Maduro não é um presidente legítimo, mas sim um "fugitivo" e "chefe de um cartel narcoterrorista". Leavitt também afirmou que os EUA não hesitariam em usar "toda a força" contra o regime venezuelano. A menção ao "fugitivo" tem um fundamento: em agosto, os EUA anunciaram uma recompensa de US$ 50 milhões (aproximadamente R$ 275 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro. O governo dos EUA o acusa de envolvimento em atividades de narcoterrorismo, tráfico de drogas, e crimes relacionados, além de liderar o denominado Cartel de los Soles, classificado como organização terrorista internacional.

Em resposta à ação americana, Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos, alegando a necessidade de defender o país de "ameaças externas".

Apesar da retórica belicosa, analistas apontam que é improvável que o governo Trump realize um ataque militar direto à Venezuela, como explicita o professor Vitelio Brustolin, especialista em Relações Internacionais da UFF e pesquisador em Harvard. Brustolin acredita que os EUA têm adotado uma estratégia de pressão diplomática e militar indireta, sem recorrer a intervenções diretas no solo venezuelano.

De acordo com o relatório do IISS, as Forças Armadas da Venezuela enfrentam sérias limitações em sua capacidade operacional devido a uma combinação de sanções internacionais, isolamento regional e uma crise econômica prolongada. Essas dificuldades impediram o país de adquirir novos armamentos e tecnologias militares, forçando-o a concentrar esforços em reparos e atualizações de sistemas existentes. A Força Aérea e a Marinha, em particular, enfrentam desafios significativos em termos de prontidão.

Apesar de possuir alguns equipamentos modernos, a Venezuela possui menos de 0,1% do orçamento de Defesa dos Estados Unidos, o que coloca o país em uma posição militar extremamente vulnerável. Os principais parceiros militares da Venezuela atualmente são a China, a Rússia e o Irã, que fornecem apoio técnico e material em um momento em que o país luta para manter a capacidade de defesa.



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