Entidades nacionais repudiam agressões contra equipes de reportagem durante protestos de bolsonaristas no RS
Atos criminosos como este são próprios de grupos extremistas, incapazes de conviver em ambiente democrático, e não pautarão os veículos de comunicação brasileiros, diz a nota
03/11/2022 08:20 por redação
Foto: Jornalista do SBT pe hostlizado por manifestantes (Reprodução)
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgaram nota em que repudiam as agressões e intimidações sofridas por profissionais da imprensa durante a cobertura dos protestos de grupos bolsonaristas que contestam o resultado das eleições presidenciais.
Na quarta-feira (2), equipes de reportagem de Band, TV Record e SBT foram hostilizados verbal ou fisicamente ao acompanharem manifestação em frente ao Comando Militar do Sul, no centro de Porto Alegre. Na terça (1º), houve intimidação a um repórter da Rádio Gaúcha na BR-116 e a um jornalista da RBS TV na RS-040.
Leia a nota na íntegra:
"NOTA DE REPÚDIO
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiam os atos de violência, ameaças e hostilidades contra os profissionais da imprensa por parte de manifestantes que bloquearam diversas rodovias em vários Estados do país, nesta quarta-feira (2).
Em Porto Alegre (RS), equipes de reportagem da Rádio Gaúcha, SBT, Band e Record foram intimidadas e até mesmo agredidas fisicamente durante cobertura dos protestos que questionavam o resultado do processo eleitoral. Alguns equipamentos foram quebrados pelos manifestantes.
É inadmissível todo e qualquer ataque aos profissionais e meios de comunicação que cumprem a missão de informar a sociedade sobre assuntos de interesse público, principalmente, quando a violência tem como autores grupos com viés antidemocrático.
Atos criminosos como este são próprios de grupos extremistas, incapazes de conviver em ambiente democrático, e não pautarão os veículos de comunicação brasileiros. A Abert, a ANJ e a Aner pedem às autoridades uma rigorosa apuração dos fatos, com a punição dos responsáveis, para que agressões como estas não voltem a se repetir.
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão
Associação Nacional de Editores de Revistas
Associação Nacional de Jornais"
A Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert) e o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Rio Grande do Sul (SindiRádio) também repudiaram o ocorrido:
"A Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (AGERT) em conjunto com o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Rio Grande do Sul (SindiRádio) vêm a público manifestar seu repúdio aos atos de hostilidade e agressões sofridos pelos profissionais dos grupos SBT e Band, durante o exercício legal de suas atividades profissionais ao cobrirem as manifestações no centro de Porto Alegre, na tarde desta quarta-feira (2).
De outra parte, manifestamos nossa solidariedade aos profissionais que diligentemente cumprem sua missão de bem informar.
Meios de comunicação livres serão sempre um importante pilar do Estado Democrático de Direito.
Roberto Cervo Melão
Presidente AGERT e Sindirádio."
A Associação Riograndense de Imprensa (ARI) também repudiou as agressões:
"ARI CONDENA AGRESSÕES A JORNALISTAS
Neste 2 de novembro, Dia Internacional pelo Fim da Impunidade de Crimes contra Jornalistas - data escolhida pela ONU para marcar o assassinato de dois jornalistas franceses em Bali, em 2013 - a Associação Riograndense de Imprensa ARI vem a público para se solidarizar com os profissionais e veículos de comunicação covardemente atacados por integrantes de manifestação antidemocrática em Porto Alegre. Agressões, ameaças, xingamentos e outros tipos de desrespeito tem sido o cotidiano de quem busca a informação e atua com o jornalismo responsável.
Frequentes em várias partes do país durante o período eleitoral, as agressões e ameaças a jornalistas vêm se intensificando desde a madrugada do dia 31, com a divulgação do resultado do pleito presidencial. Jornalistas estão sendo maltratados, destratados e agredidos, impedidos de fazer gravações e entrevistas no Estado, em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Amazonas e em muitas outras praças. A Federação Nacional dos Jornalistas, a Associação Brasileira das Empresas de Rádio e Televisão, a Associação Brasileira de Imprensa, e sindicatos de diversos Estados vêm protestando contra essa situação.
Nesse contexto, também manifestamos integral solidariedade aos profissionais e empresas atacados e proclamamos veemente repúdio aos atos de violência. Comprometida com a democracia e com a defesa da liberdade de expressão, a ARI apela às autoridades para que garantam o livre exercício da atividade jornalística e punam os agressores na forma da lei.
José Maria Rodrigues Nunes
Presidente da ARI
Batista Filho
Presidente do Conselho Deliberativo"
Gaúcha ZH
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