Em fala rápida, Bolsonaro promete cumprir a Constituição
Ministro da Casa Civil afirmou que processo de transição começará "quando for provocado". Geraldo Alckmin será o coordenador da equipe de Lula
02/11/2022 08:04 por redação
Sem parabenizar o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro agradeceu aos brasileiros que votaram nele EVARISTO SA / AFP
Jair Bolsonaro (PL) falou na tarde desta terça-feira (1º), no Palácio da Alvorada, em Brasília, pela primeira vez desde o resultado das eleições de domingo (30). A manifestação do atual presidente aconteceu dois dias depois da definição do pleito que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como novo chefe do Executivo a partir de 2023, e em meio a protestos de apoiadores que têm bloqueado rodovias em todo o país nos últimos dias.
— Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre são bem-vindas, mas nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir — disse Bolsonaro.
Em sua fala, o presidente também destacou as vagas conquistadas pelo PL no Congresso:
— A direita surgiu de verdade em nosso país, e nossa robusta representação no Congresso mostra a força de nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade.
Bolsonaro ainda rebateu críticas sobre tentativas de censura:
— Sempre fui rotulado como antidemocrático, e ao contrário de meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar mídia e as redes sociais. Enquanto Presidente da República e cidadão continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.
Leia a íntegra do pronunciamento
"Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio, e cerceamento do direito de ir e vir. A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, Pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra. Sempre fui rotulado como antidemocrático, e ao contrário de meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar mídia e as redes sociais. Enquanto Presidente da República e cidadão continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros, que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade, e as cores verde e amarela da nossa bandeira. Muito obrigado."
Após a declaração, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse que foi autorizado a dar início à transição assim que for provocado pelo PT.
Nogueira disse que tem autorização de Bolsonaro para, "com base na lei, iniciar o processo de transição". A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, anunciou que o futuro vice-presidente do país, Geraldo Alckmin, será o chefe da equipe de transição para o governo Lula.
— O presidente Jair Bolsonaro autorizou, quando for provocado, com base na lei, a iniciarmos o processo de transição. A presidente do PT, segundo ela em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira será formalizado o nome do vice-presidente, Geraldo Alckmin — afirmou Nogueira.
Depois de fazer a primeira manifestação pública após a derrota nas eleições presidenciais no último domingo (30), Jair Bolsonaro (PL) foi ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro foi recebido por sete ministros, incluindo a presidente da Corte, Rosa Weber, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Ao final da reunião, no início da noite, o ministro Edson Fachin fez um resumo à imprensa sobre a posição de Bolsonaro em relação às eleições:
— O presidente da República utilizou o verbo acabar no passado. Ele disse "acabou". Portanto, olhar para frente.
O STF divulgou uma nota após a reunião.
Veja a nota do STF na íntegra
"O Presidente da República, Jair Bolsonaro, esteve na tarde desta terça-feira (1º) no Supremo Tribunal Federal a convite da Presidência, onde conversou com os Ministros da Corte que estavam presentes em Brasília: a presidente Rosa Weber, o decano Gilmar Mendes, Luiz Fux, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Nunes Marques e André Mendonça. Compareceu também o Ministro da Economia, Paulo Guedes.
Os Ministros do STF reiteraram o teor da nota oficial divulgada, que consignou a importância do reconhecimento pelo Presidente da República do resultado final das eleições, com a determinação do início do processo de transição, bem como enfatizou a garantia do direito de ir e vir, em razão dos bloqueios nas rodovias brasileiras.
Tratou-se de uma visita institucional, em ambiente cordial e respeitoso, em que foi destacada por todos a importância da paz e da harmonia para o bem do Brasil."
GaúchaZH
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