Brasil ganha centro para proteger espécies nativas em extinção
O Brasil é o quarto país do mundo a ter um Centro de Sobrevivência de Espécies
23/03/2021 08:30 por Maira Kempf
O guará-vermelho, também conhecido popularmente como ibis-escarlate, guará-rubro, guará-piranga ou garça-vermelha. Foto: divulgação Parque das Aves
Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), que avalia as condições de sobrevivência de milhares de animais e plantas no planeta, em julho de 2020, entre 120 mil espécies analisadas, mais de 30 mil estavam ameaçadas de extinção. Desse total, quase 7 mil são classificadas como ‘criticamente em perigo’ ou ‘criticamente ameaçadas’, isso significa que elas estão a um passo de desaparecer da natureza.
Para evitar que mais espécies da fauna e da flora deixem de existir no Brasil, foi inaugurado no dia 18, em Foz do Iguaçu, no Paraná, o Centro de Sobrevivência de Espécies Brasil. O polo de conservação é uma parceria entre a Comissão de Sobrevivência de Espécies e o Grupo Especialista em Planejamento de Conservação, ambos da UICN, e o Parque das Aves, onde ficará sediado o centro.
“Hoje em dia, existem muitas ferramentas para prevenir a extinção de espécies. Conservação funciona. No entanto, precisamos trabalhar cada vez mais juntos, conectando cientistas e dados de todos os países, capacitando profissionais nas metodologias efetivas desenvolvidas globalmente, e juntar profissionais e projetos para criar planos estratégicos para salvar espécies”, afirma Carmel Croukamp, CEO do Parque das Aves.
O Brasil é o quarto país do mundo a ter um Centro de Sobrevivência de Espécies da UICN. Outros já existem nos Estados Unidos, Reino Unido e Portugal. Em Foz do Iguaçu, haverá também estratégias de integracão com trabalhos de preservação da flora brasileira.
Os bons resultados da conservação
Em setembro do ano passado, um estudo feito por uma equipe de pesquisadores internacionais, liderada por cientistas da Universidade de Newcastle e da BirdLife International, no Reino Unido, revelou que cerca de 48 espécies de mamíferos e aves foram salvas da extinção graças a esforços de conservação, entre elas, algumas brasileiras.
O levantamento global demonstrou que ações, como a proteção de habitats, reintrodução de espécies e programas de reprodução em cativeiro em zoológicos e refúgios, têm sido importantíssimos para evitar o desaparecimento de animais.
Entre as espécies citadas pelos cientistas que deixaram de ser extintas estão o lince-ibérico, o condor da Califórnia, o porco-pigmeu da Índia, o cavalo-de-przewalski da Mongólia, o papagaio amazônico de Porto Rico e as brasileiras choquinha-de-alagoas, ararinha-azul e mutum-de-alagoas.
As 32 espécies de aves cuja extinção foi evitada entre 1993 e 2020 vivem em 25 países, incluindo seis na Nova Zelândia, cinco no Brasil e três no México.
Agora, com o novo centro inaugurado em Foz do Iguaçu, mais espécies poderão ser protegidas e assim, continuar a habitar nossas florestas e matas, e ter sua sobrevivência garantida para que as próximas gerações de brasileiros possam conviver harmonicamente com elas.
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