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Cancelamento da Expointer gera perda econômica que vai além da agropecuária

03/07/2020 08:57 por edjunior


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Expointer 2020 não ficou imune às restrições impostas pelo coronavírus. Diante do avanço da pandemia, a Secretaria Estadual da Agricultura confirmou, nesta quinta-feira (2), o cancelamento da tradicional feira do agronegócio. O evento é realizado anualmente no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, na Região Metropolitana.
Pelo cronograma original, a Expointer estava prevista para o final de agosto. Em junho, até chegou a ser transferida para o período de 26 de setembro a 4 de outubro. Mas, em razão da pandemia, acabou cancelada.
No ano passado, o evento reuniu cerca de 420 mil pessoas. O cancelamento motivado pela covid-19 gera perda econômica que ultrapassa os limites de Esteio, já que a feira movimenta setores diversos – da agropecuária ao turismo de negócios na Capital e Região Metropolitana.
Em 2019, a Expointer registrou R$ 2,7 bilhões somente em vendas seladas dentro do parque. Foi o maior nível, em termos nominais, desde 2014. O motor dos negócios, como de costume, foi o ramo de máquinas e implementos agrícolas. As vendas do setor somaram R$ 2,5 bilhões na ocasião.
Presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier lamenta o cancelamento, mas ressalta que o coronavírus causa uma série de restrições. Conforme o dirigente, tanto expositores quanto possíveis clientes demonstraram receio de ir até Esteio por causa da covid-19.
– É uma pena. Trata-se da grande feira do segundo semestre. Alavanca nossas vendas. Temos de nos reinventar, pensar em opções para reduzir a perda para as indústrias – comenta Bier.
Fora do Parque de Exposições Assis Brasil, um dos setores mais impactados pela feira é o hoteleiro. Anualmente, o evento costuma elevar a taxa de ocupação de quartos na Capital para 80%, em média, diz Carlos Henrique Schmidt, presidente do Sindicato de Hotéis de Porto Alegre (SHPOA). O dirigente estima perda aproximada de R$ 20 milhões para as empresas do ramo em razão do cancelamento.
– É um desastre. Tínhamos a esperança de que a Expointer trouxesse o início de uma virada. O impacto do cancelamento é negativo. O ano de 2020 está morto, 2021 deve ser moribundo. Agora, a expectativa é de que o setor saia dos aparelhos só em 2022 – relata Schmidt.
O cancelamento foi comunicado pela Secretaria Estadual da Agricultura após acordo com entidades que representam o agronegócio, como o Simers e a Federação da Agricultura do Estado (Farsul). Em nota, a pasta mencionou que a medida "fundamenta-se em critérios de adequação às normas sanitárias".
"As entidades copromotoras da Expointer 2020, em comum acordo com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), decidiram cancelar o evento que ocorreria no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, devido à pandemia do coronavírus", afirma o texto.
Prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal lembra que organizadores já vinham estudando a medida. Ele menciona que a decisão "foi difícil", mas necessária para "resguardar a segurança sanitária" do público e dos expositores. Segundo o prefeito, o maior impacto para a economia do municípios é a frustração com empregos temporários que o evento costuma gerar.
– Este ano é carregado de simbolismo porque o parque completa 50 anos. Mas a comemoração vai ficar para 2021 – frisa Pascoal.



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