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Reconstituição da morte de menino de 11 anos terá presença da mãe em Planalto

18/06/2020 08:13 por fernando


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A hipótese de que Alexandra Dougokenski matou acidentalmente o filho Rafael Mateus Winques, de 11 anos, em Planalto, na Região Norte do estado, será confrontada a partir das 18h desta quinta-feira (17). Uma equipe do Instituto Geral de Perícias (IGP) e da Polícia Civil irá reconstituir a noite da morte do menino para ver se a versão da mãe é plausível. A técnica pericial é conhecida como reprodução simulada dos fatos. Nela, os peritos e policiais reproduzem com fidelidade a cena do crime e como teria transcorrido a sequência de eventos conforme a descrição da suspeita. “Quanto mais próximos estivermos das condições ambientais de horário, luminosidade, temperatura, quanto mais próximo do que for narrado, melhor será a reprodução”, afirma a diretora-geral do IGP, Heloisa Kuser. O trabalho deve iniciar por volta das 18h e terá a participação de Alexandra. De acordo com o delegado Ercílio Carletti, a presença dela foi solicitada pela defesa, que sustenta a tese de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. “Ela [a defesa] também formula quesitos para tentar provar que aconteceu da forma como ela [Alexandra] descreveu. Se ela não quiser participar, não participa”, esclarece. O advogado Jean Severo, que representa a suspeita, assegura que ela irá apresentar os fatos como ocorreram. No entanto, os advogados devem se reunir com a polícia e os integrantes do IGP ainda pela manhã desta quinta (17) para saber o resultado da necropsia. Senão, é possível que ela não participe. “A reconstituição é muito importante porque vai apresentar a dinâmica do crime. Mas é necessário constar, antes disso, no bojo inquisitorial, no inquérito policial, a causa mortis, pra saber do que esse menino veio a falecer”, diz Severo. “Os laudos já deveriam ter sido juntados. Corre o risco de ela não participar, mas vamos conversar primeiro. Somos pelo diálogo”, acrescenta. Laudo aponta asfixia O laudo preliminar do Posto Médico-Legal de Carazinho concluiu que Rafael morreu por asfixia mecânica por estrangulamento. No entanto, a necropsia ainda não foi divulgada. Alexandra sustenta que o que causou a morte do filho foi uma overdose de remédios contra a ansiedade que ela deu para o menino dormir. Por isso, a defesa deseja saber o resultado antes da simulação. “É impossível que a gente enfrente um processo sem saber a causa mortis da vítima. Isso é um elemento básico do inicio de um processo ou inquérito”, defende Gustavo Nagelstein, outro advogado que representa Alexandra. Além da mãe, o irmão mais velho de Rafael, de 17 anos, também pode participar — mas a presença dele não é assegurada pelos advogados. “Claro que o filho mais velho pode participar, caso queira”, observa o delegado. Caso eles decidam não participar, ou até mesmo outros envolvidos se neguem, agentes da polícia ocupam o lugar dos participantes. “Precisamos de um apoio de pessoas que ocupem lugares conforme a versão narrada. Buscamos colegas, policiais civis, que tenham uma compleição física semelhante àquilo que foi narrado”, explica Heloisa. Sem previsão para acabar Como a reprodução simulada é bastante detalhista e utilizará o máximo de elementos semelhantes à noite da morte de Rafael, é possível que siga ao longo da madrugada. O tempo, segundo a diretora do IGP, não é pré-determinado. “A perícia é uma busca de vestígios, de provas, e vai demorar tanto tempo quanto o perito achar que respondeu aos quesitos necessários. Pode ser que vá até a madrugada, porque às vezes faz de uma forma, de outra, lentamente, sendo registrado fotograficamente, com anotações de cada momento diferente”, descreve Heloísa. A verossimilhança da cena é buscada nos mínimos detalhes. Se houver objetos reais, contidos no cenário original, em condições de uso, eles serão utilizados. “Se os materiais tiverem sido periciados — um papel, um objeto —, a gente utiliza, para serem exatamente os mesmos. Armas, facas, usamos simulacros, que são muito semelhantes. Trabalhamos com o mais parecido daquilo que foi narrado”, diz Heloísa. “A reprodução serve justamente para ver a viabilidade de os fatos terem se dado da forma como foi descrita”, acrescenta o delegado. Até a noite de quarta (17), detalhes ainda eram acertados pelos peritos. Os responsáveis diretos pela reconstituição se reuniram para estudar os laudos e estruturar a condução da simulação, com o objetivo de não deixar passar pontos sem explicação ao final da reconstituição. “Ela envolve um estudo prévio. Os peritos estudam todo o inquérito, leem as versões apresentadas, veem os laudos, e, quando vão ao local, observam, anotam e analisam se há disparidade [nas versões], onde tecnicamente não são possíveis”, conclui a diretora. Relembre o crime Rafael Mateus Winques foi dado como desaparecido e era procurado desde o dia 15 de maio. Na versão apresentada inicialmente pela mãe, ele havia sumido depois de ir dormir e, na manhã seguinte, não estava mais em casa. Alexandra chegou a dar entrevista à RBS TV pedindo que o filho voltasse para casa. A residência onde o menino morava com a mãe e o irmão de 17 anos não possuía sinais de arrombamento no dia. No primeiro depoimento, a mãe disse que havia levado uma coberta para o menino antes de dormir, e pensou que ele havia saído pela manhã. Depois, porém, assumiu a autoria do crime e indicou o local onde havia deixado o menino. O corpo estava enrolado em um lençol na casa em frente à residência em que a família morava. A polícia trata o caso como um homicídio doloso. Fonte: G1/RS https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2020/06/18/reconstituicao-da-morte-de-menino-de-11-anos-tera-presenca-da-mae-em-planalto.ghtml  



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