O Rio Grande do Sul, devastado pelas enchentes e deslizamentos de terra de maio de 2024, pode enfrentar novamente os riscos associados ao fenômeno El Niño em 2026. Na época do desastre, o altíssimo volume de chuvas foi agravado pela presença de um "super El Niño", que foi o principal responsável pelo cenário meteorológico catastrófico.

Agora, uma análise da MetSul Meteorologia aponta que há risco de que o fenômeno, uma oscilação natural do sistema climático que se repete em intervalos de dois a sete anos, retorne no próximo ano, elevando o risco de novas grandes enchentes na região Sul.

O El Niño ocorre quando as águas do Pacífico Equatorial aquecem acima da média. No Brasil, ele tipicamente causa o aumento da chuva no Sul e ondas de calor nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.

Previsão para 2025 e 2026

Atualmente, o Pacífico encontra-se na fase oposta: a La Niña, com águas mais frias do que a média. A tendência é que a La Niña se mantenha até o começo do próximo ano. Ainda no verão, o oceano deve migrar para a condição de neutralidade (ausência de ambos os fenômenos).

Segundo a MetSul, o aquecimento do Pacífico Equatorial – indicando um possível retorno do El Niño – deve começar a se manifestar a partir do outono de 2026. Embora seja mais comum que os episódios de El Niño se iniciem no inverno ou na primavera, um começo mais cedo é possível. Este novo episódio poderia perdurar até o verão ou outono de 2027.

Os especialistas ressaltam que a eventual atuação do El Niño em 2026 não implica uma repetição automática do desastre de 2024, mas sim um agravamento do risco. A intensidade do próximo El Niño e o próprio retorno do fenômeno ainda são apenas probabilidades, o que deve ser confirmado com maior clareza nos próximos meses.