Bolsonaro sai da prisão domiciliar para realizar exames em Brasília, apoiadores o aguardavam em frente ao Hospital
O ex-presidente de 70 anos chegou a um centro médico em Brasília para realizar uma série de exames após ser diagnosticado com “sintomas de refluxo e soluço” crônicos
16/08/2025 13:13 por Bruno Vargas

Evaristo Sa / AFP / CP
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou neste sábado a residência onde cumpre prisão domiciliar para realizar exames médicos, poucas semanas antes da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em seu julgamento por suposta tentativa de golpe de Estado. É a primeira vez que Bolsonaro sai de casa desde que decretada a prisão domiciliar.
Autorizado pelo STF, o ex-presidente de 70 anos chegou a um centro médico em Brasília na manhã deste sábado para realizar uma série de exames após ser diagnosticado com “sintomas de refluxo e soluço” crônicos, segundo o pedido de sua defesa.
Segundo interlocutores, Bolsonaro tem apresentado crises recorrentes de soluço. Ele usará tornozeleira eletrônica e terá o deslocamento acompanhado pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), que vai fiscalizar o cumprimento das medidas cautelares impostas.
Confinado em sua residência desde o início de agosto por violar uma proibição judicial ao uso de redes sociais, o ex-presidente limitou-se a dar um breve aceno a alguns apoiadores que o aguardavam em frente ao hospital DF Star e não falou com a imprensa.
Ele está proibido de se expressar nas redes sociais, seja diretamente ou por meio de terceiros, com a justificativa de que as utilizava para obstruir a justiça. Bolsonaro, que sofre sequelas de uma facada sofrida em 2018, quando era candidato, foi autorizado a permanecer no hospital por oito horas e depois deve retornar à sua residência. Cerca de vinte apoiadores o aguardavam do lado de fora com bandeiras do Brasil, Israel e Estados Unidos. O ex-presidente alega inocência e diz ser vítima de uma "perseguição”.
Seu caso desencadeou uma crise diplomática e comercial entre Brasília e Washington. Em retaliação ao julgamento contra seu aliado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou tarifas de 50% sobre as importações brasileiras, enquanto seu governo impôs sanções ao ministro Alexandre de Moraes, que preside o caso.
O STF, no entanto, avança com o julgamento e convocou várias sessões entre 2 e 12 de setembro para decidir se Bolsonaro é culpado de planejar um golpe de Estado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que pode levá-lo a cerca de 40 anos de prisão.
Correio do Povo
Os comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.