Problemas mecânicos recorrentes, Fantástico teve acesso a informações sobre carreta envolvida em acidente com clube de remo
A investigação indica que, dos 10 freios da carreta, apenas um funcionava plenamente, quatro estavam desgastados e cinco não operavam.
28/10/2024 16:27 por Bruno Vargas
Reprodução Internet
O Fantástico deste domingo (27) teve acesso com exclusividade a imagens e depoimentos que revelaram problemas mecânicos na carreta envolvida no acidente com equipe de remo que deixou 9 mortos.
Os peritos ainda não concluíram os laudos, mas a reportagem apurou que os investigadores trabalham com a informação de que dos 10 sistemas de freio da carreira, apenas um estaria funcionando normalmente. Quatro, estariam com “meia vida”, e os outros cinco não funcionavam.
O dono do caminhão, Heloide Longaray, disse à polícia que os freios foram revisados no mês passado.
"Caso fique comprovado que ele deixou de adotar a manutenção preventiva do veículo e sabia da condição que o veículo se encontrava, ele também poderá, sim, ser responsabilizado criminalmente", ressalta o delegado.
O motorista da carreta, Nicolas de Lima Pinto, de 30 anos, conta que perdeu o controle do veículo na descida da Serra do Garuva.
“Meu caminhão ficou sem freio. Tentei ligar o freio motor, não segurou, o caminhão se apagou. Tentei engatar, fazer pegar no tranco, não pegou, e foi isso que aconteceu. Infelizmente eu bati num carro, numa van”, diz.
Na região cheia de curvas da BR-376, em Guaratuba, Paraná, o limite de velocidade é de 60 km/h. Apurações preliminares da polícia apontam que, na hora da batida, às 21h39 do último domingo, sob chuva e neblina, o caminhão passava dos 100km/h.
Depois da colisão, o motorista passou no teste do bafômetro e se dispôs a fazer um exame toxicológico.
Segundo a polícia, na sexta à noite, o caminhão ficou sem combustível na estrada, ainda no estado de São Paulo. No sábado de manhã, já no Paraná, o problema foi na embreagem. Nicolas foi rebocado e acionou o dono do caminhão. O profissional chegou a substituir a embreagem, mas deixou o posto de combustíveis antes de concluir o serviço em razão de um problema na caixa de câmbio.
Somente no dia seguinte, um outro mecânico da região, apelidado de Bino, foi terminar o reparo. Já era noite de domingo quando Nicolas seguiu viagem, mas só andou um quilômetro e parou de novo. Ele foi até o pedágio mais próximo escoltado pela concessionária e reencontrou Bino. Um fio ligado ao sistema de marchas estaria rompido.
"Eu só descasquei e emendei o fio, senão o caminhão nem andava", afirma Bino.
Uma hora e meia após deixar o pedágio, a carreta bateu na van.
"Eu tenho certeza que foi problema na caixa. Não engatou", diz Nicolas.
A investigação indica que, dos 10 freios da carreta, apenas um funcionava plenamente, quatro estavam desgastados e cinco não operavam. O dono do caminhão, Heloide Longaray, afirmou à polícia que os freios foram revisados em setembro.
G1 RS
Os comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.