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Bebê de 8 meses retirada do próprio velório não apresentou sinais vitais na cerimônia, diz perícia

O laudo feito a pedido do MP é sigiloso por envolver menor de idade, por isso o conteúdo não foi divulgado. Segundo o órgão, no entanto, ele aponta diversas razões para explicar os batimentos e a temperatura corporal.

21/10/2024 14:46 por Bruno Vargas


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O Ministério Público (MP) afirmou, nesta segunda-feira (21), que o laudo cadavérico feito na bebê de 8 meses retirada do próprio velório, em Santa Catarina, mostrou que ela estava morta e não apresentava sinais vitais enquanto estava sendo velada. Familiares relataram que a criança estava com batimentos cardíacos e com temperatura corporal normal e acionaram o Corpo de Bombeiros durante a cerimônia, que levaram a menina para o hospital.

O laudo feito a pedido do MP é sigiloso por envolver menor de idade, por isso o conteúdo não foi divulgado. Segundo o órgão, no entanto, ele aponta diversas razões para explicar os batimentos e a temperatura corporal.

O caso aconteceu na noite do sábado (19), quando a menina era velada em Correia Pinto, cidade de 15 mil habitantes na Serra. Na ocasião, familiares notaram que a temperatura corporal da menina se mantinha e chamaram o socorro. A funerária que fez a cerimônia reafirmou que ela havia mexido a mão durante o velório.

 

Acionados, os bombeiros a examinaram com um estetoscópio e informaram que a menina tinha batimentos fracos. Os bombeiros fizeram em seguida um teste nas pernas da bebê, e elas não apresentavam rigidez.

No entanto, ela tinha pupilas contraídas e não reagentes - quando não respondem à luz e sugerem a morte da paciente - e edemas no pescoço (inchaços) e atrás das orelhas.

 

O que disse o laudo divulgado pelo MP

 

O MPSC reforçou que o laudo confirma que morreu por volta das 3 horas da manhã de sábado, conforme consta no atestado de óbito emitido pelo hospital.

 

"O documento é sigiloso por se tratar de uma criança, mas o médico legista aponta diversas razões possíveis para a percepção de calor e leituras de pulso e saturação no oxímetro durante o velório", disse o MP.

 

Agora, o MPSC aguarda a conclusão de outro laudo, chamado de anatomopatológico, para saber a causa da morte e se houve negligência no primeiro atendimento médico. O documento deve ser divulgado em 30 dias.

 

O que disseram os bombeiros

 

O Corpo de Bombeiros Militar foi chamado perto das 19h de sábado no velório da criança. Ao chegar, um farmacêutico estava no local usando um oxímetro infantil e disse verificar sinais de saturação de oxigênio e batimentos cardíacos na criança. Os bombeiros também examinaram a criança e notaram que havia batimentos fracos nela.

A criança, então, foi levada novamente ao hospital onde havia sido declarado o óbito. Conforme os bombeiros, ao chegarem ao local, foram feitos novos testes de oxigênio e batimentos cardíacos, que resultaram em 84% a saturação de oxigênio e 71 batimentos por minuto.

Em seguida, foi feito exame de eletrocardiograma, que não detectou sinais elétricos.
 

Segundo o MP, o pai relatou às autoridades que a criança passou mal na noite de quinta-feira (17) e foi levada ao hospital. O médico teria diagnosticado uma virose, aplicado soro, receitado medicamento e a liberado. Ela voltou a passar mal no sábado, levada ao hospital e o mesmo médico teria atestado a morte.

O profissional disse à família que a causa da morte foi asfixia por vômito. Contudo, na declaração de óbito consta desidratação e infecção intestinal bacteriana.

A menina foi atendida na Fundação Hospitalar Faustino Riscarolli, sob responsabilidade da prefeitura.

 

"A paciente deu entrada no hospital por volta das 3 horas do dia 19 de outubro de 2024. O atendimento foi realizado pela equipe plantonista, que constatou o óbito da criança."

 

Cristiano Santos, pai da menina, falou brevemente com o g1 no domingo (20). "A gente já estava, digamos que, bastante transtornado. Aí surgiu um pouquinho de esperança ali e acabou acontecendo tudo isso", lamentou.

 

Áureo Arruda Ramos, proprietário da Funerária São José, conversou com o g1 sobre o que ocorreu no velório. Ele disse que foi chamado por volta das 4h20 de sábado.

"A gente recebeu atestado de óbito do médico, doutor me passou. Lá a gente passa na porteira do hospital, faz o protocolo de recebimento da D.O. [declaração de óbito], assina o nome do agente funerário, nome de quem retirou, o nome da criança e o nome da funerária que recebeu isso e levamos para a funerária", relatou.

"A família foi em casa buscar roupa. Trouxeram a roupa, deu um bainho nela. Não tem a mesma preparação de um adulto. Vestiu a roupa, colocamos na urna. Por volta de 6h15 mais ou menos o corpinho estava pronto. Foram chamar a avó da bebê, que mora próximo do interior. Ficamos com a bebê. O velório começou 7h".

 

Confira abaixo a nota completa da prefeitura.

 

A Prefeitura de Correia Pinto, por meio da Fundação Hospitalar Faustino Riscarolli, se solidariza com a família neste momento de dor e esclarece que a paciente deu entrada no hospital por volta das 3 horas do dia 19 de outubro de 2024. O atendimento foi realizado pela equipe plantonista, que constatou o óbito da criança.

Mais tarde no mesmo dia, por volta das 19 horas, a criança foi novamente trazida ao hospital pelo Corpo de Bombeiros Municipal, com relato de sinais de saturação. A equipe médica, mais uma vez atendeu a criança, e foi constatado o óbito.

G1



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