Defesa Civil estima prejuízo de mais de R$ 16 milhões após temporal em São Luiz Gonzaga
Pelo menos 80 pessoas seguem fora de casa nesta terça-feira (18)
18/06/2024 15:48 por redação
A Defesa Civil de São Luiz Gonzaga estima que o prejuízo deixado pela microexplosão climática que atingiu a cidade das Missões no fim da noite de sábado (15) seja de, no mínimo, R$ 16 milhões. Desses, R$ 1 milhão somente em prédios públicos.
Agora o trabalho é para restabelecer a energia elétrica e continuar a limpeza nas ruas. Cerca de 80 pessoas seguem fora de casa depois do temporal que atingiu 1,2 mil casas de oito bairros da zona leste. Nesta terça-feira (18), o cenário ainda é de destruição e os moradores tentam, aos poucos, reconstruir o que sobrou. Muitas máquinas estão nas ruas, assim como o Exército, que presta apoio na reconstrução das ruas e escolas.
— As pessoas podem ir até o Cras (Centro de Referência de Assistência Social), onde elas já estão cadastradas para começar a receber telhas, cesta básica, colchões e forros de cama. Então começamos a atender essas pessoas para que elas saiam dessa situação de estarem desalojadas — afirma o coordenador regional da Defesa Civil, Cristiano Machado.
Mulher grávida estava sozinha em casa quando o vento arrancou o telhadoReprodução RBSTV / Divulgação
Na casa do Ozires e da Bruna, o telhado foi completamente arrancado pela força do vento. Além de perder todos os móveis, a estrutura da casa ficou comprometida.
— Eu estava sozinha em casa quando começou a ventania. O vento arrancou todo o telhado e eu tentei caminhar até o quarto, mas acabei caindo. Fiquei muito preocupada com meu filho, pois estou grávida de 8 meses. Depois eu sai de casa e fui até a casa do meu sogro aqui perto, quase fui carregada com o vento — relatou Bruna Fernandes Carneiro Alves.
Atingidos pelo temporal podem buscar a Secretaria de Ação Social de São Luiz Gonzaga para receber doações de telhas, colhões e cestas básicas. É preciso entrar em contato com o telefone (55) 3352-9353 e informar nome, endereço e a necessidade.
Serviços paralisados
Por conta dos estragos, alguns dos serviços públicos seguem sem funcionamento nas áreas de educação e da saúde. O prédio da Secretaria de Saúde, que teve parte do telhado e do piso arrancados, impossibilita o trabalho do laboratório de análises clínicas e o setor de coletas e exames especializados. A previsão é de que eles retornem na quarta-feira.
Na educação, quatro escolas municipais seguirão sem aula nesta semana. Conforme a secretária da pasta, Mariza Klein Ditz, todas precisarão passar por reforma, orçada em R$ 500 mil.
— Fizemos um chamamento público das empreiteiras e já planejamos começar os trabalhos. A estimativa é de que até o final de semana, em três dias, tudo seja reestabelecido, se o tempo colaborar — informou Mariza.
Escolas municipais sem data para retorno
- Emei Altamiro da Silva (bairro Jauri)
- Emei General José Alves Paiva (bairro Agrícola)
- Emef José Bonifácio (bairro Auxiliadora)
- Emef Coronel Manuel Mamede de Souza (bairro Mário)
Outras cinco escolas, atingidas com alagamentos, falta de luz, água ou perda de equipamentos, já reorganizaram as atividades e readaptaram seus espaços para manter as aulas a partir desta terça-feira.
Câmara de Vereadores destinou R$ 1 milhão para reconstrução
Cidade sofreu uma microexplosão climática no fim de semanaBrigada Militar / Divulgação
Na tarde de segunda (17), a Câmara Vereadores aprovou um projeto de lei que repassará R$ 1,08 milhão para auxiliar na reconstrução das áreas atingidas pela tempestade. O recurso será retirado de uma reserva que seria usada para construção de um novo prédio da Câmara.
Do total, R$ 500 mil serão usados para compras de telhas e material de construção, R$ 480 mil para a recuperação das escolas e R$ 100 mil para custear o combustível das máquinas e veículos usados na limpeza e reconstrução dos bairros afetados.
— Toda a destinação de recursos para nos auxiliar neste momento é muito bem-vinda. A atitude comprova o papel fundamental dos vereadores para auxiliar a comunidade — avaliou o prefeito Sidney Brondani.
Avaliação meteorológica
Meteorologistas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) estiveram em São Luiz Gonzaga na segunda-feira para avaliar o fenômeno registrado e devem seguir o trabalho nesta terça.
Segundo Murilo Machado Lopes, meteorologista da UFSM, o Rio Grande do Sul se encontra em uma faixa favorável de formação de tempestades severas e fenômenos como esse podem ocorrer em qualquer estação do ano.
Segundo ele, o fenômeno atingiu um raio de dois quilômetros de diâmetro e possivelmente os ventos chegaram a 100 km/h. Eventos semelhantes já aconteceram no Estado em Gentil, em 2019 e em Guaíba, em 2022.
GZH
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