Padre é condenado por sequestro e estupro de menina em Rio Grande
Segundo denúncia, religioso forçou criança de 11 anos a entrar em carro e tocou na perna e nos seios dela
06/06/2024 16:51 por redação
Um padre foi condenado a quase 16 anos de prisão pelo sequestro e estupro de uma menina em Rio Grande, no Sul do RS. Segundo a denúncia, os crimes foram cometidos em maio de 2018, quando a criança tinha 11 anos.
O padre Celso Giacobbo, de 63 anos, responde ao processo em liberdade e pode recorrer da decisão. O advogado José Alberto Coutinho Júnior, que representa o réu, afirma que "a decisão foi contrária à prova dos autos, e a defesa técnica irá recorrer da sentença".
A denúncia sustenta que o religioso forçou a criança a entrar em um carro. Conforme a acusação, o estupro ocorreu dentro do automóvel. O réu havia participado da catequese e celebrado a primeira comunhão da garota. Veja mais detalhes abaixo.
A pena de 15 anos, 10 meses e 16 dias de prisão foi definida pelo juiz João Gilberto Engelmann, da 1ª Vara Criminal de Rio Grande, na segunda-feira (3).
O g1 entrou em contato com a Diocese do Rio Grande, mas não obteve retorno até a atualização mais recente desta reportagem. Na época do caso, o então bispo de Rio Grande, Dom Ricardo Hoepers, manifestou "profunda tristeza e lástima por qualquer ato ou tentativa de violência, intimidação ou abuso sexual".
O padre Celso Giacobbo foi ordenado em janeiro de 1992 e, segundo a Polícia Civil, retornou ao Brasil depois de 25 anos morando no exterior. O religioso já havia sido preso em flagrante por tentativa de estupro contra uma adolescente. Relembre o caso abaixo.
Sequestro e estupro
O Ministério Público (MP) afirmou, na denúncia, que a criança foi abordada na frente de casa pelo religioso, que participou da cataquese e celebrou a primeira comunhão da garota. A menina tinha ido buscar uma bola que escapou do pátio, onde brincava com o cachorro.
O padre teria convidado a criança a entrar no carro dele. Como a menina recusou, ele teria forçado o ingresso dela no veículo e a ameaçado de morte. A acusação disse que o religioso passou as mãos na perna e nos seios da menina.
"Conforme indicam as provas pericial e testemunhal, o réu arrebatou a vítima em via pública, forçando-a fisicamente a adentrar em seu veículo, onde foi mantida por tempo razoável e onde foram praticados com ela atos libidinosos", disse o juiz João Gilberto Engelmann.
O MP sustentou que o padre levou a criança em uma loja, tratando a garota como sua filha. Em um momento de descuido do homem, a criança conseguiu fugir e pedir ajuda a uma amiga da mãe, que morava próximo ao local.
Os pais da criança estavam dentro de casa vendo televisão e só notaram a ausência da filha mais tarde.
A menina reconheceu o padre por foto durante a investigação da polícia. O juiz considerou que a culpa do réu "é elevadíssima, considerando que o réu é padre, do qual se espera maior atenção e cuidado destinado às crianças".
De acordo com a sentença, a criança passou a sofrer dificuldades de convívio social após o crime, necessitando de atenção psicológica e psiquiátrica.
Outra investigação
O mesmo padre foi investigado, na mesma época, por um caso semelhante. Na ocasião, Giacobbo foi preso por suspeita de tentativa de estupro contra uma adolescente de 12 anos em Rio Grande. De acordo com informações da Polícia Civil, o religioso perseguiu a garota de carro e tentou puxá-la para dentro do veículo à força, mas ela conseguiu fugir.
"São dois inquéritos. Em um deles, houve a prisão em flagrante do padre. A vítima, na época, tinha 12 anos. O padre desceu do carro e tentou colocar a menina a força para dentro do veículo, mas ela acabou conseguindo fugir, dando um chute no padre. No outro caso [que resultou na condenação], o padre pegou a menina de 11 anos em casa e a colocou no carro levando-a para local distante, passando a mão por diversas partes do corpo da criança", explica a delegada Lígia Furlanetto.
G1/RS
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