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Grupo ataca banco, faz reféns e obriga moradores a formarem cordão humano em Amaral Ferrador

Agência do Banrisul foi alvo dos assaltantes, que escaparam levando junto dois funcionários; Brigada Militar faz cerco em busca da quadrilha

07/02/2024 13:54 por redação


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Criminosos usaram moradores da cidade como proteção para fugir em uma EcoSport branca, levando dois reféns. Redes Sociais / Reprodução


 

 

Uma agência bancária de Amaral Ferrador, no sul do RS, foi assaltada na manhã desta quarta-feira (7). Os criminosos fizeram reféns e obrigaram pelo menos 10 moradores da cidade, que tem cerca de 5,3 mil habitantes, a formarem um cordão humano. A ação ocorreu por volta das 10h, e até às 13h, ninguém havia sido preso. Equipes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) foram deslocadas ao município para dar suporte à captura do grupo.

Segundo informações preliminares, quatro assaltantes teriam atacado a agência do Banrisul localizada na Rua Praça Quatro de Maio, no centro da cidade, por volta das 10h. Segundo relatos, o grupo estaria com armas longas e pistolas. 

O subcomandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Douglas Soares, afirmou que os criminosos fugiram em uma EcoSport branca, levando dois reféns. A BM informou que faz cerco ao grupo. O Batalhão de Aviação, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Choque foram acionados para reforçar as buscas. 

Por volta das 13h, conforme a BM, os reféns já haviam sido libertados, e os quatro homens estavam em fuga em área rural da cidade de Encruzilhada. A corporação informou que o Bope  entraria na área de mata com apoio de helicóptero.

O prefeito de Amaral Ferrador, Nataniel Satiro do Val Candia, afirmou que os criminosos deram cerca de cinco tiros para assustar e que renderam moradores:

— Foram mais de 20 pessoas (feitas reféns), entre as que foram colocadas no cordão e outras dentro do banco. Os reféns levados foram o gerente e o caixa do banco.

O prefeito informou que o bando fugiu em direção a Encruzilhada do Sul. Segundo ele, o grupo estaria cercado na localidade do Assentamento Padre Réus.

Equipes do Deic foram deslocadas ao município

Ainda nesta manhã, por volta da 10h30min, equipes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) foram deslocadas ao município. O setor informou que toda a equipe da delegacia de roubos atua na apuração do caso.

Um grupo de oito policiais, em duas viaturas, foi enviado a Amaral Ferrador para prestar apoio de rua. O tempo que eles permanecerão no município vai depender do andamento de diligências. Os demais agentes da delegacia também atuam no caso, na base em Porto Alegre.

O Deic destaca que a incidência desse tipo de roubo tem caído no RS. O crime em Amaral Ferrador tem características do novo cangaço. Nessas ações, quadrilhas atuam em cidades pequenas — onde a força policial é menor — e têm como objetivo atacar agências bancárias. Uma das principais características desse tipo de crime é o uso de reféns e a formação do cordão humano.

Cidade já foi alvo de pelo menos oito ataques

Além do crime desta quarta-feira, Amaral Ferrador já foi alvo de outros ataques a bancos no estilo novo cangaço. Foram pelo menos oito desde 2009. O mais recente havia sido em 13 de maio de 2022. Na ocasião, a agência do Banrisul foi atacada. Com fuzis, os bandidos renderam clientes e obrigaram reféns a formarem um cordão humano. Um carro Fit foi incendiado em frente à agência.

Em 31 de maio de 2021, ladrões fizeram um cordão humano com reféns, utilizaram automóveis para bloquear a rua, dificultando o acesso da polícia e fugiram em direção à Encruzilhada do Sul.

Em março de 2018, a agência sofreu outro ataque nos mesmos moldes. Na ocasião, os criminosos utilizaram explosivos para acessar os caixas eletrônicos durante a madrugada. Na fuga, os assaltantes abandonaram o veículo em que chegaram e seguiram em outro, deixando miguelitos (ferros retorcidos) espalhados na via para dificultar uma possível perseguição.

Em agosto de 2017, quatro criminosos fizeram um homem de refém enquanto efetuaram quatro explosões nos caixas eletrônicos da agência. Após a ação, a quadrilha fugiu com o dinheiro roubado em dois automóveis.

Em julho de 2014, outra ação de criminosos aterrorizou o município. Durante o ataque, oito assaltantes encapuzados e portando armas desceram de dois veículos e invadiram a agência. Os criminosos deixaram o banco fazendo seis reféns, entre funcionários e clientes, que foram liberados depois. Na fuga, também em direção ao interior do município, efetuaram disparos contra o prédio e deixaram miguelitos no asfalto.

A mesma agência, que fica na Rua Simão Barbosa, próxima à Praça 4 de maio e à Escola Estadual de Ensino Médio José do Patrocínio, sofreu ainda outros dois ataques em 2009.

 

 

Gaúcha ZH



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