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Crise no setor lácteo leva produtores a abandonarem atividade

Em Santo Augusto, STR informou que nos últimos dias, sete famílias desistiram da produção do leite

19/10/2023 11:26 por Redação


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Foto: Bruno Vargas




O setor lácteo, pilar vital da economia de muitas famílias, enfrenta desafios significativos que reverberam em toda a cadeia produtiva e exige soluções rápidas. Para discutir a crise no setor, estiveram na Rádio Querência, lideranças do Sindicato dos Trabalhadores Rurais — STR de Santo Augusto base São Valério do Sul e o produtor Jarbas Depiere.

De acordo com o presidente do STR, Clovis Sequinato, os municípios base do Sindicato, juntos, já tiveram até 600 produtores de leite, mas, o número está em queda e atualmente, em Santo Augusto restam na atividade em torno de 70 famílias. “Se não houver interferência dos Governos, para barrar a entrada de produtos do Mercosul ou subsidiar os produtores, muitos outros produtores rurais vão parar com a produção”.

No último Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite, que engloba o período de 2015 a 2021, o Rio Grande do Sul reduziu o número de produtores de leite de 84 mil para 40 mil, uma queda de 52,28%. Em Santo Augusto, nos últimos dias, sete produtores pararam com a atividade leiteira.

Algumas variáveis impactam negativamente a produção e rentabilidade dos produtores de leite, como custos altos, dificuldades de sucessão familiar e migração para atividades mais rentáveis como plantio de grãos. Produtor, Jarbas Depiere, explicou que “o custo para a produção de um litro de leite gira em torno de R$ 2,00, no entanto, as empresas estão pagando esse valor ou menos, fazendo com que o produtor não consiga honrar seus compromissos”.

Há relatos de produtores que receberam R$1,39 pelo litro do leite e estão enfrentando dificuldades financeiras crescentes. Questionado, o vice-presidente do STR, Luis Carlos Pommer, explicou que no momento, não há regulação para o preço do produto no Rio Grande do Sul. “As indústrias alegam dificuldades econômicas, somado a isso, vários fatores convergem para desencadear a crise no setor, como a importação desenfreada de leite e outros produtos do Mercosul, que impactam negativamente o dia a dia no campo”.

A crise na indústria do leite é um chamado à ação para todos os envolvidos, desde produtores até consumidores e formuladores de políticas. Entidade representativa, a FETAG organizou diversas manifestações no Estado, porém, até o momento, sem resultados práticos. Nos próximos dias, os representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais buscarão apoio do Poder Público Municipal, e na terça-feira, 24 de outubro, novas decisões em prol dos agricultores familiares serão tomadas na Assembleia da FETAG em Porto Alegre.

Confira abaixo a entrevista com os convidados:



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