Câmara rejeita pedido de cassação contra vereador que ofendeu servidora em Canguçu
Durante sessão, Francisco Vilela (Progressistas) proferiu palavras ofensivas contra servidora sem saber que microfone estava ligado. Vereador responde a processo na Justiça por racismo.
31/08/2023 08:51 por Redação
Divulgação
A Câmara de Vereadores de Canguçu, no Sul do RS, rejeitou o pedido de cassação contra o vereador Francisco Vilela (Progressistas), em sessão nesta quarta-feira (30).
Os vereadores votaram o relatório de uma comissão que analisou o pedido, recomendando a cassação. Eram necessários 10 votos para a cassação do mandato. Nove vereadores votaram a favor do relatório, e seis contra. Com isso, a comissão foi encerrada.
Vilela foi investigado devido a uma ofensa proferida por ele durante sessão da Câmara de Vereadores da cidade no Sul do Estado, no dia 5 de junho.
Sem perceber que o microfone estava ligado, Francisco chamou a servidora de "neguinha, puta". A trabalhadora estava presente na sessão, e identificou que ele se referia a ela.
Após a sessão, a trabalhadora registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil, que investigou o caso e indiciou o vereador por injúria racial. Vilela responde na Justiça pela infração.
Relembre o caso
O vereador, conhecido como Xico Vilela, não teria percebido que o microfone da sessão estava ligado. A fala ocorreu após uma votação em que a servidora estava presente. Nas imagens, Xico Vilela aparece à esquerda do vídeo conversando com um outro vereador.
Os vereadores haviam votado um projeto que troca a nomenclatura do cargo de auxiliar de enfermagem para técnico na esfera municipal. Cerca de 20 profissionais da prefeitura acompanhavam a sessão, na plateia.
A servidora, que prefere não ser identificada, afirma não ter percebido o xingamento no dia da sessão. "No outro dia de manhã de novo, o meu telefone não parou de tocar. As pessoas dizendo 'escuta direito, porque ele fala o nome de alguém", diz.
Depois disso, ao ouvir o trecho do vídeo, que foi transmitido ao vivo pelo YouTube da Câmara, a servidora afirma ter escutado o vereador falar "essa neguinha é puta, puta". Logo em seguida, ele menciona o nome do pai da servidora. "Aí me dei conta de que era de mim que ele estava falando".
A servidora relata que não havia discutido com o vereador durante a sessão. "Foi gratuito, porque eu não dirigi a palavra pra ele. Até agora não entendo", diz.
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