Falsa advogada que prometia aposentadoria em poucos dias teria enganado mais de 6 mil pessoas no RS, diz polícia
Suspeita foi presa preventivamente em Pelotas. Polícia Civil diz que esquema teria movimentado R$ 2 milhões.
12/05/2023 08:19 por André Motta
Durante três anos, uma mulher de 39 anos que se apresentava como advogada teria enganado mais de seis mil pessoas, segundo a Polícia Civil, ofertando o "milagre" da aposentadoria antes do prazo. Janaina da Silva Pereira foi alvo de mandado de busca e apreensão no dia 28 de março, mas, mesmo assim, seguiu agindo, como flagrou a reportagem da RBS TV (veja acima). Ela foi presa preventivamente no sábado (6).
A RBS TV entrou em contato com o advogado de Janaina, mas ele não quis se manifestar e disse que vai abandonar o caso. A investigada, ao ser abordada pela reportagem, não respondeu aos questionamentos.
Revelado pelo Jornal do Almoço, da RBS TV, o suposto esquema teria movimentado pelo menos R$ 2 milhões, segundo o delegado César Nogueira.
Pessoas com baixa renda e agricultores de Pelotas e cidades vizinhas como Turuçu, Piratini, Morro Redondo e Canguçu compõem o perfil da maioria das vítimas do golpe.
"Ela prometia tanto aposentadoria como o auxílio-doença. Dependendo do serviço solicitado, havia valores diferentes. Era R$ 1,5 mil reais pra ingressar com pedido de aposentadoria e R$ 500 pra ingressar com pedido de auxílio-doença", explica Nogueira.
Relatos
Relatos de vítimas ouvidas pela RBS TV indicam que Janaina se valia de diversas mentiras para ganhar a confiança dos clientes. A alguns, dizia que era advogada ou que tinha privilégios através de contatos dentro do INSS.
Um agricultor de 52 anos, de Pelotas, acreditava que seria possível obter o benefício oito anos antes da idade mínima e pagou R$ 400 a Janaina. O homem, que prefere não ser identificado, disse ter vendido um trator para cobrir as dívidas.
"A gente foi lá, ela passou uma confiança muito grande. E eu caí no golpe", diz.
A esposa dele, de 57 anos, também pagou pelo suposto serviço. Ela diz que foi ludibriada durante três anos, ouvindo desculpas para o atraso na concessão da suposta aposentadoria. A mulher estima que foram 50 idas até o escritório da suposta advogada, em Pelotas. Para cada viagem, perdia uma manhã de trabalho na lavoura, até que caiu em depressão.
"Muito triste, muito triste. Não dormia de noite. É uma coisa muito, muito dolorida", lamente.
G1/RS
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