No quarto e último dia de julgamento do Caso Bernardo, é esperado o depoimento do réu Leandro Boldrini nesta quinta
Sessão será retomada a partir das 9h, com participação do pai do menino assassinado, a menos que o réu opte por não se manifestar no julgamento
23/03/2023 08:14 por André Motta
André Motta/RQ
O quarto dia do novo júri de Leandro Boldrini, em Três Passos, vai ocorrer nesta quinta-feira (23). O médico acusado pela morte do próprio filho, o menino Bernardo em 2014, poderá dar seu depoimento na sessão que se inicia a partir das 9h. A previsão é que o julgamento seja concluído ainda nesta mesma data.
A expectativa é se Boldrini irá prestar depoimento nesta quinta. Isso porque o réu não esteve no plenário acompanhando o júri nos últimos dois dias, quarta e terça-feira. Boldrini chegou a se deslocar até o fórum, mas não entrou no plenário porque teria passado mal, segundo a defesa. Ele teria tido uma queda de pressão e também um mal-estar em razão de estresse.
Segundo os advogados que defendem o médico, Rodrigo Grecellé Vares e Ezequiel Vetoretti, a expectativa é que Boldrini fale, desde que esteja em condições. A defesa afirma que o médico irá responder às perguntas do Ministério Público.
Depois disso se inicia a fase de debates, entre MP e a defesa. As partes têm até 5 horas no total para defender suas teses. Na sequência, o conselho de sentença se reúne para julgar se Boldrini é culpado ou não pela morte de Bernardo.
Após a votação, em caso de condenação, a magistrada estipula a sentença do réu e a lê em plenário.
Relatos das testemunhas de defesa e nova ausência do réu em plenário marcam terceiro dia de júri
O terceiro dia do julgamento encerrou a etapa de depoimento de testemunhas do caso. A sessão desta quarta-feira (22) se encerrou às 22h, no fórum do município no noroeste do Estado.
O dia começou com o depoimento da última testemunha de acusação do caso, a psicóloga Ariane Schmitt, que falou sobre como eram as sessões de terapia com Bernardo. A profissional pediu para depor sem a presença do réu — que se deslocou ao fórum, mas não acompanhou a audiência pelo segundo dia consecutivo.
O primeiro depoimento de testemunha arrolada pela defesa nesta quarta-feira foi o de Luis Omar Gomes Pinto, que na época era casado com uma das babás de Bernardo. Inicialmente, os advogados chegaram a dispensar a oitiva de Pinto, mas o Ministério Público pediu que o depoente fosse mantido em plenário e a juíza acatou o pedido.
Na sequência, foi ouvida a técnica em enfermagem e ex-funcionária de Boldrini, Marlise Cecília Rentz, que afirmou que a relação de Bernardo e Graciele era boa no início do casamento dela com o médico, mas que houve uma ruptura tempos depois.
As duas testemunhas seguintes tiveram relatos muito breves. Foram ouvidas Lori Heller (ex-babá do menino) e Rosângela Pinheiro (ex-colega de Boldrini).
Por último, foi ouvido o primo de Boldrini, Andrigo Rebelato. O advogado, que é morador de Porto Alegre, afirmou que acredita na inocência do parente.
Julgamento
Boldrini é acusado de ter sido o mentor intelectual da morte do filho. O réu havia sido condenado, em 2019, a 33 anos e oito meses de prisão em regime fechado, mas a decisão foi anulada em 2021 - fazendo com que ele seja submetido a novo julgamento.
A anulação ocorreu porque o Tribunal de Justiça (TJ) entendeu que o Ministério Público violou o direito do médico de ficar em silêncio no interrogatório daquela sessão.
O novo júri teve início na segunda-feira (20) e a previsão de encerramento é para a quinta-feira (23). Os outros três réus não serão julgados novamente porque suas condenações foram mantidas (confira abaixo a situação de cada um deles).
A situação dos demais réus
Graciele Ugulini (madrasta) - condenada a 34 anos e sete meses de reclusão em regime inicial fechado, está presa no Presídio Feminino Madre Pelletier com previsão de progressão para o semiaberto em 2026;
Edelvania Wirganovicz (amiga de Graciele) - condenada a 22 anos e 10 meses de reclusão em regime inicial fechado, cumpre pena no regime semiaberto no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre;
Evandro Wirganovicz (irmão de Edelvania) - condenado a nove anos e seis meses em regime semiaberto e atualmente em liberdade condicional.
Gaúcha ZH
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