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Caso Bernardo: 2º dia do novo júri tem depoimentos de delegada, ex-secretária e vizinha de Boldrini

Ao todo, já foram ouvidas quatro das 10 testemunhas previstas. Julgamento será retomado nesta quarta-feira, às 9h.

22/03/2023 08:09 por André Motta


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Caso Bernardo: Juçara Petry presta depoimento — Foto: Márcio Daudt/TJRS


 

Mais três pessoas prestaram depoimento no novo júri de Leandro Boldrini, pai de Bernardo Uglione Boldrini, acusado pela morte do menino de 11 anos, em Três Passos, no ano de 2014. Nesta terça-feira (21), foram ouvidas a delegada regional Cristiane Braucks, a ex-secretária do consultório de Leandro, Andressa Wagner, e uma vizinha do réu, Juçara Petry.

Leandro Boldrini não acompanhou o segundo dia do julgamento. Ele chegou a comparecer ao fórum, mas precisou de atendimento médico e foi dispensado.

O advogado Ezequiel Vetoretti, que representa Boldrini, afirma que “as testemunhas ouvidas até o momento reforçam a certeza de que Leandro não tem participação na morte do filho”. Ele acrescenta que “as delegadas de polícia falam em contexto probatório, porém não conseguem destacar um elemento idôneo que dê segurança quanto à participação do pai”.
Por fim, Vetoretti sustenta que “o depoimento da Tia Ju [Juçara Petry] apenas levanta questões atinentes a um comportamento omissivo de Leandro, fato que nem está em julgamento” e que Andressa “relatou ter presenciado relação de carinho entre pai e filho”.

O julgamento será retomado na quarta-feira (22), às 9h. A primeira a ser ouvida será a psicóloga Ariane Schmitt.

Depoimentos
A primeira a depor foi a delegada regional Cristiane Braucks. Em sua fala, que durou mais de 4 horas, ela relembrou os detalhes da investigação que levaram ao indiciamento do réu. À época, os policiais trabalhavam com três possibilidades: a de o menino ter ido embora espontaneamente, ter sido sequestrado ou vítima de homicídio.
"Quando as investigações apontaram para a última opção, informei Leandro, e ele me disse que a vida dele seguiria", afirmou Cristiane.

Conforme a delegada, o comportamento de Boldrini, a cumplicidade dele com a companheira, os relatos de testemunhas, o receituário utilizado para compra do sedativo e um suposto acordo para inocentá-lo foram os fatores que levaram ao indiciamento.
Após Cristiane, quem prestou depoimento foi Andressa Wagner. A ex-secretária do consultório de Leandro Boldrini pediu que sua fala não fosse transmitida.

Andressa afirmou que o médico não era de demonstrar emoções. Mas, segundo a ex-secretária, a relação dele com Bernardo era boa.
Os trabalhos desta terça foram encerrados com o depoimento de Juçara Petry. Ex-vizinha de Leandro Boldrini, ela se emocionou por diversas vezes ao longo de sua manifestação.

Juçara considerava Bernardo como um filho e o acolheu por diversas vezes em sua casa. Ela e o marido ajudavam o menino nas atividades escolares e nos cuidados com a apresentação e higiene pessoal.

Juçara contou que Bernardo falou que não ia fazer a primeira comunhão porque o pai e a madrasta iam viajar e não tinha ninguém para ir com ele. Além disso, o menino teria falado que precisava de uma camisa branca para o evento.

Juçara providenciou a peça de roupa e, no dia do evento, foi ela quem entregou a vela para Bernardo na celebração. Ninguém se identificou como familiar do menino na ocasião.

''Ninguém foi cumprimentar ele, a não ser os amiguinhos e os pais dos amiguinhos'', disse a testemunha.

Depois da celebração religiosa, Juçara afirma que Bernardo tentou por diversas vezes contato telefônico com o pai, Leandro Boldrini, sem sucesso.

''Muitas vezes a gente pegava o Bernardo chorando, porque ele ligava e eles [Leandro e a madrasta] não atendiam'', relembrou a vizinha.

G1/RS



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