Estiagem causa queda drástica de produtividade em lavouras de milho em Santo Augusto
A estiagem que iniciou em setembro persiste e perdas são irreversíveis
04/01/2023 14:33 por redação
Foto: EMATER
O momento é de apreensão no que diz respeito às lavouras pela falta de chuva. A irregularidade e escassez de chuva comprometeu a produtividade, em especial das lavouras de milho. Em Santo Augusto, a área destinada à produção de grãos é 3500 hectares de milho e 1500 para silagem.
De acordo com dados da Emater, lavouras que foram semeadas em final de agosto e início de setembro apresentam suas produtividades bastante comprometidas em função da época de semeadura, visto que o ciclo da cultivar foi muito influenciado pela falta de chuvas.
Há áreas em que a produtividade foi zero, outras, próximas de 100 sacas, mas na média, a Emater estima 2.800 kg/ha (46 sacas), considerando áreas com pivô. Queda drástica, já que se esperava uma produção inicial em torno de 8 a 9 mil kg/ha. Na silagem, a estimativa inicial era de 40 toneladas por hectare e hoje se calcula produção em torno de 20 a 25 toneladas.
Diante desse cenário, quem mais tem sofrido são os produtores de leite, afirmou o responsável técnico da Emater, Carlos Alberto Agnes Weiller. Em Santo Augusto são em torno de 90 produtores de leite. Segundo Carlos, mais um ano esses agricultores têm uma produção de alimento reduzida, de baixa qualidade, as pastagens não se desenvolvem e isso encarece os custos com a necessidade de complementação da dieta com ração ou a compra de silagem de fora da propriedade.
Na visão do técnico do Sindicato dos Trabalhadores Rurais — STR, Luiz Carlos Pommer, o quadro é ainda mais complicado. Sua estimativa é de 10 a 20 toneladas de silagem por hectare, sendo que cerca de 70% dessa silagem com pouquíssimo grão e muito pobre em proteína. Em relação à média do milho, se analisar somente as áreas de lavouras sem pivô, a produção fica em torno de 5 a 20 sacas por hectare, pontuou.
Apesar de nos últimos dias terem ocorrido pancadas de chuva, elas não são suficientes para mudar a situação na cultura do milho, pois, as plantas apresentam estatura baixa, problemas de polinização e peso de grãos inferior ao normal para o período. Situação diferente para a soja, pois, ainda não há uma real definição do potencial produtivo, explicou Weiller.
A escassez hídrica atinge boa parte do Rio Grande do Sul. Dados da Defesa Civil apontam que 34 municípios já decretaram situação de emergência. Em Santo Augusto, as perdas ainda são avaliadas, visto que além dos prejuízos financeiros na área agropecuária, outros fatores são considerados para emitir este tipo de decreto.
Os comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.