Deputado anuncia projeto para proibir rodeios no RS
Ao apresentar argumentos, deputado alega que terneiros são "derrubados" no tiro de laço, prática que não ocorre nesse tipo de prova.
05/05/2022 08:19 por André Motta
André Motta
Um mês depois de trocar de partido pela quinta vez em pouco mais de um ano, deixando o PSC para ingressar no PSDB, partido com forte ligação com o tradicionalismo e o meio rural, o deputado estadual Rodrigo Maroni anunciou que vai protocolar, na Assembleia Legislativa, um projeto de lei para acabar com os rodeios. Segundo ele, as festas campeiras não têm origem na cultura de campo, sendo "importados" dos Estados Unidos. Um absurdo. É o mesmo que afirmar que Esmeralda, considerado o "Berço do Tiro de Laço", não existe no mapa.
Mais, ao apresentar argumentos, o deputado se mostra desinformado: diz que nas provas de laço "os bezerros são derrubados, podendo ficar tetraplégicos". Até o boi sabe que no laço, nunca a rês é derrubada. E a prova da cura de terneiro, onde, aí sim, o animal é tombado, foi banida faz tempo das festas campeiras oficiais. Em postagem no Instagram, ele usa a foto de um boi de pernas para cima, que aparenta ser de vaquejada, tradição que não existe no estado.
Chance zero do projeto ser aprovado. Em tempo: Maroni foi um dos únicos parlamentares a votar contra a cassação do deputado Ruy Irigaray, que perdeu o mandato por usar CCs para reformar a casa da sogra. No aguardo do que irá dizer o presidente do PSDB no Rio Grande do Sul, Lucas Redecker, que é presidente a Frente Parlamentar da Tradição Gaúcha em Brasília. Filiado ao partido, o adido cultural do Rio Grande do Sul, César Oliveira, ficou indignado.
"Quer jogar para a torcida dele, não sabe curar uma bicheira", indignou-se César, ao afirmar que o deputado desconhece a cultura de campo do estado. Aliás, Maroni se diz defensor dos animais, mas não é unanimidade entre os protetores…
G1/RS
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