Polícia desarticula grupo do RS que aplicava golpe dos nudes
Grupo simulava troca de fotos íntimas com uma mulher jovem e extorquia alvos para não denunciá-los.
30/09/2021 11:33 por Maira Kempf
Foto: Divulgação/Polícia Civil
A Polícia Civil deflagrou, no início da manhã desta quinta-feira (30), uma operação contra um grupo investigado por aplicar o golpe dos nudes. A partir de cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, os suspeitos extorquiam homens de até sete estados brasileiros, conforme as investigações:
- Rio Grande do Sul
- São Paulo
- Paraná
- Santa Catarina
- Mato Grosso
- Tocantins
- Pernambuco
Já no RS, os suspeitos atuavam nas cidades de:
- Esteio
- Porto Alegre
- Canoas
- Charqueadas
- Montenegro
- Novo Hamburgo
- Alvorada
- Viadutos
Até o início da manhã, 20 homens haviam sido presos. No total os policiais cumprem 100 mandados judiciais, dos quais 32 são de prisão.
As investigações duraram cinco meses. Segundo a Polícia Civil, o golpe inicia com o contato de uma mulher jovem com os alvos. Após iniciar a conversa em um aplicativo, eles passam a conversar por mensagens, e a trocar fotos íntimas.
Depois disso, entravam no golpe pessoas que se passavam por policiais, inclusive usando fotos de delegados em perfis falsos. "Nenhum delegado faz esse tipo de contato. As pessoas por medo pagavam esse valores", afirma o delegado Mario Souza.
Os suspeitos chegavam a simular a expedição de boletins de ocorrência e mandados judiciais falsos. Eles exigiam pagamentos para não denunciar o recebimento das imagens. Os valores giram em torno de R$ 5 mil e R$ 10 mil.
Segundo Mario Souza, a operação, batizada de X-Con, é a maior realizada neste ano contra esse tipo de crime. Os suspeitos são investigados por extorsão e associação criminosa.
R$ 5 milhões em extorsões
O grupo chegou a movimentar R$ 5 milhões em extorsões, segundo a delegada Luciane Bertoletti.
"Quem emprestou a conta [para a movimentação dos valores] também participou do esquema e recebia um percentual do valor", afirma.
Conforme a delegada, uma única conta ligada à quadrilha movimentou R$ 150 mil em um mês. São investigados 19 casos, mas a polícia acredita que mais de 100 pessoas tenham sido vítimas dos crimes.
"As vítimas têm vergonha de comparecer a delegacia. Isso é um complicador. Essa extorsão envolve uma situação íntima da pessoa", explica a delegada.
G1
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