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Cometa Neowise passará pelo Rio Grande do Sul nesta semana

24/07/2020 09:08 por edjunior


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Um novo cometa descoberto pela Nasa, no dia 27 de março, vem deixando um rastro luminoso no céu do hemisfério norte e, agora, pode se tornar visível para moradores da ala sul do globo. Atualmente, o Neowise percorre sua trajetória de volta aos confins do universo, mas, nesse percurso, ele se torna mais visível para os brasileiros.
Localidades das regiões Norte e Nordeste poderão vê-lo com maior nitidez. No Rio Grande do Sul, com sorte e com o auxílio de um binóculo, também será possível enxergar o fenômeno por volta de sexta-feira (24), com esse período se estendendo até agosto.
Também batizado do C/2020F3, o cometa foi identificado pela sonda espacial homônima da Nasa. Há expectativa de que ele possa, até mesmo, ser visto a olho nu aqui no Estado, mas isso depende das condições climáticas do dia e também do próprio cometa. Por ele ser novo, pouco se sabe sobre seu comportamento. Por isso, pode estar sujeito a pequenas explosões do seu núcleo, o que pode provocar a liberação de gases e, consequentemente, o aumento repentino de seu brilho, explica o astrofísico Luiz Augusto da Silva:
— Pode ser que ele traga essa surpresa e sejamos beneficiados. Essa possibilidade não é descartada. Contudo, esse cometa passou por seu periélio (momento da rota em que o um corpo celeste está mais próximo do sol) em 3 de julho. Foi nesse momento que ele recebeu mais calor e energia do sol. Foi nesta etapa, que o Neowise conseguiu absorver e reemitir com mais intensidade a luz do sol. Com o passar dos dias, ele perde sua luminosidade.
Silva diz ainda que o corpo celeste está no limite da percepção humana sem auxílio de binóculo ou luneta. E ressalta que ele poderá ser visto daqui, mas, provavelmente, sem a nitidez de forma como foi captado no hemisfério norte.
Marcelo Zurita, diretor-técnico da Brazilian Meteor Observation Network, afirma que os interessados em acompanhar a trajetória do cometa precisarão torcer para um dia sem nuvens e terão de acrescentar uma dose de paciência e de atenção:
— No hemisfério sul, ele será visto após o pôr do sol. Por volta das 18h, 18h30min. Procure ficar em um lugar que não tenha obstáculos para a visualização do horizonte. Por isso, opte por lugares altos, como topos de prédios ou morros. Fique posicionado de frente para o sol, mas olhe para a posição noroeste. Se for usar binóculo, tenha muito, mas muito cuidado para não apontar para o sol porque isso pode causar sérios problemas de visão — pontua.
Os especialistas ouvidos afirmam que é difícil precisar em qual dia o Neowise estará mais visível. Zurita aponta que na sexta-feira pode ser que o fenômeno fique visível por 20 minutos e por, aproximadamente, 30 minutos no sábado.

Agora ou nunca

E os apaixonados por astronomia devem agarrar essa oportunidade de observação com todas as forças, isso porque a próxima passagem deste cometa pela Terra está calculada para daqui a 6,8 mil anos.
Cientistas da Nasa apontaram ainda que a aproximação máxima do Neowise da Terra será na quinta-feira (23), quando ele estará a 103 milhões de quilômetros de distância dos nossos olhares curiosos. Por isso, o diretor-técnico da Brazilian Meteor Observation Network tranquiliza a todos:
— Ele não cairá na Terra. Agora, ele seguirá sua rota elíptica em direção aos confins do universo. Mas em uma situação hipotética, causaria um grande estrago por aqui. Isso porque sua velocidade é de 220 mil km/h e ele tem cinco quilômetros de diâmetro. Nessa volta, ele passa perto da órbita de Mercúrio, mas não há chance de impacto com esse planeta também.

O que é um cometa?

Os cometas são corpos formados por gelo, poeira cósmica, rochas e gases congelados. Quando um cometa se aproxima do sol, os gases se aquecem e sublimam, que dizer, passam para o estado gasoso e são expelidos com os grãos de poeira cósmica. Isso faz com que seja criada a coma, que é uma espécie de atmosfera difusa composta pelos gases. E os ventos solares, por sua vez, criam o efeito de cauda brilhante. A cauda do Neowise apresenta duas colorações diferentes, diz Zurita:
— Uma amarelada, que é resultado da poeira que absorve e reflete o sol. E uma esverdeada ou azulada, fruto dos gases ionizados pelos ventos solares.



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