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“RESPEITO-TE, MAS NÃO GOSTO DE TI”

22/07/2019 11:10 por kempf.maira


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  “RESPEITO-TE, MAS NÃO GOSTO DE TI”

Por Valdir Vianna

Bom, ao menos eu sei de algo nessa vida, de que não nasci pra agradar ninguém, pensamento clichê demais, porém não há quem aguente gente chata no convívio social, isso vale para a política (principalmente), emprego, familiares, faculdade, etc. Eu respeito todos, é de suma importância que você, leitor, me compreenda para que não pense equivocadamente, pois acredito que você também não goste de muita gente por aí. Quando não gosto de alguém? A maioria das vezes é sempre porque as opiniões divergem e acabam saindo do campo da ética e moralidade, isto é, quando o bom senso já não prevalece tanto assim. Tem gente que respeitamos por pura tolerância, isso vale principalmente para os colegas de trabalho, que ora te respeitam na sua frente, ora te jogam pedras pelas costas, falo aqui daqueles “colegas” que não suportam o sucesso dos seus companheiros, pois não conseguem crescer na vida se não diminuindo os outros. A ideia de respeitar alguém, mas não gostar dela é forte, nem todos conseguem ter essa memória de cachorro rancoroso, confesso que aquele cidadão que se diz amar a todos é um mentiroso, não amo aquele que faz mal ao outro, não gosto de gente que passa a perna nos outros para simplesmente ter alguns trocados a mais no banco, ou se mantém infiel à esposa, ou a mulher ao marido – tanto faz – Respeito a todos esses canalhas, pois não cabe a mim julgá-los, mas não gosto deles. Pare e pense, quantas pessoas você precisa aturar no meio social somente para manter uma espécie de equilíbrio ali, naquele local? Aturar não é suportar, eu aturo aquilo que não posso evitar, e suporto aquilo que não me agride, por exemplo, nós aturamos muitas vezes um chefe carrasco, uma diminuição do salário para não perdermos o emprego, mas não suporto que me humilhem, que falem mal e me ofendam, pois tenho meus princípios éticos e morais. Aturo coisas que não posso evitar, mas não suporto que me humilhem. Tem gente que suporta humilhação, seja pelo carrasco do patrão, do marido ou daqueles que tem mais poder, aqui também é preciso separar humildade de subserviência. O humilde se ajoelha quando é preciso, o subserviente se ajoelha para qualquer coisa. O que você é? Mas claro, não confunda ser simpático com ser amigo, se a minha simpatia lhe faz confundir a mufa, então talvez você não saiba interpretar as relações humanas. Gente simpática ajuda no que pode, gente amiga é de uma relação mais íntima e não mede esforços, para compreender isso, basta voltarmos à juventude, quando no colegial conhecemos aquela garota, ali ao nosso lado, classes coladas, trabalhos em dupla, gostam do mesmo time de futebol e combinam até no gosto musical - despertando uma paixão platônica – Depois de algum tempo, tomamos coragem e pedimos para “ficar” com aquele outro ser humano ali em nossa frente, até suamos frio, temendo pela resposta, frenética por sinal, então a jovem garota dispara: “Não me leve a mal, mas somos bons amigos, não estrague isso, por favor.”. Olhando hoje, parece até engraçado, mas acredite, isso acontece o tempo todo e os ‘xavequeiros’ de plantão entendem como ninguém. Ali estamos nós, jovens e sem experiência, confundindo simpatia com amor, ah, como amar é um precipício sem fundos, não que na velhice saibamos o que é o amor, mas é que olhamos o mundo com olhares mais serenos, tipo o do velhinho que vê no porta retrato as memórias de uma juventude digna do eterno retorno de Nietzsche. Usei dessa alegoria, para que possa entender que respeitar uma pessoa vai além de gostar dela, isto é, se alguém me desaponta profundamente, poderei deixar de gostar dela, porém jamais posso desrespeitá-la e tão pouco confundir as expressões que o outro me indica. Da mesma forma que o jovem apaixonado toma um ‘fora’ na juventude e toca a vida pra frente, assim devemos nós, deixarmos a insignificância dos arrogantes de lado. Eu preciso respeitar um colega de trabalho que não gosto, um amigo, um familiar, mas não sou obrigado a gostar de suas ideias, atos e maneiras de se relacionar com os outros. Entramos nesse momento em um dilema, isto é, tenho duas escolhas a serem feitas, ou respeito esses crápulas ou então terei um conflito pessoal. Não existe ninguém na face da terra que nunca se desentendeu com outra pessoa, seja porque discorda de suas ideias, da maneira com ela age no dia a dia, enfim, exemplos são tantos, o que muitas pessoas não fazem é saber dar o troco no momento certo. Volte lá na memória de cachorro rancoroso, você pode em um momento de raiva chutá-lo, se um dia ele tiver a oportunidade irá lhe morder, e você jamais saberá que era o mesmo que chutou. Respeito-te, mas não esqueço e não gosto de você. Vivemos de forma livre, de certa forma é sim, não como Sartre definiu, mas podemos – E DEVEMOS – escolhermos aquilo que nos mais faz despertarmos para dentro, isto é, aprimorar o senso crítico e usar o método socrático de “conhecermos a nós mesmos” antes de julgar aos outros. É difícil, sei que é, não escreve aqui nenhum santo, longe disso, estou mais para um provocador da vida, mas que não acredita em esperança, e sim em busca. Cada um de nós busca aquilo que quer. Acredito na autenticidade, não em moralismo, mas que existem princípios que devemos ainda acreditar, e um deles é o de escolha, e sempre que puder, eu escolho mandar esses chatos para o espaço.  



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